São Paulo, sábado, 30 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT-SP planeja utilizar 2010 como trampolim para 2012

Diretório local diverge de Lula e quer lançar candidato próprio ao governo

"Não sabemos [o que fazer]", diz Genoino, pois presidente diz que PT de SP erra ao não repetir nomes, mas também quer que Ciro se candidate

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT de São Paulo aposta que a eleição ao governo do Estado deste ano pode ser usada como um trampolim importante para as eleições municipais de 2012. Por esse motivo, integrantes do partido já não escondem mais sua insatisfação com o presidente Lula pela insistência em lançar o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) como candidato ao governo.
Além disso, eles dizem não entender qual a lógica deve ser seguida, já que Lula diz que o PT paulista erra por não repetir seus candidatos, mas, ao mesmo tempo, apela para que Ciro -um nome novo no Estado- aceite a missão de concorrer.
"Não sabemos [o que seguir]. Mas tudo que fizermos será de acordo com ele [Lula], ele é o líder maior", disse o deputado federal José Genoino (PT-SP).
No entendimento do presidente, Ciro deve desistir de concorrer à Presidência para ser candidato em São Paulo. Para ele, uma campanha presidencial plebiscitária entre a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o governador tucano José Serra é a melhor opção.
Nesta semana, Lula voltou a colocar sua posição para o PSB, que respondeu dizendo que o martelo só seria batido em março. Diante disso, os paulistas começaram a intensificar a candidatura de um petista.
Já a lógica do PT sobre o "trampolim" eleitoral é que lançar um candidato do partido para o governo seria importante para que ele já começasse a se tornar conhecido dos eleitores. Ou seja, mesmo que perdesse agora para os tucanos, ficaria com um recall importante para concorrer à prefeitura da capital daqui a dois anos. Com Ciro, porém, seria impossível.
"Essa [eleição de 2012] é uma briga que já começa agora em 2010 nos bastidores", afirmou o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).
Para seguir essa lógica, a maioria dos dirigentes entende que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) seria a melhor opção. Ele concorreria agora, com a garantia de ganhar um ministério caso perdesse e Dilma fosse eleita presidente. Depois, ele deixaria o posto para concorrer à prefeitura.
Outra consequência de uma candidatura não petista no Estado é a ausência do "13" na campanha -número do partido. Para deputados e senadores, poderia ser mortal, já que muitos eleitores desconhecem os candidatos ao Congresso e optam por votar na legenda.
Por isso a importância de Lula e Dilma estarem sempre presentes no palanque local. "Divulgaremos o 13 com muita força, quem quer que seja o candidato ao governo", disse Paulo Teixeira, deputado federal.


Texto Anterior: Reclusão: Presidente passa o dia em casa repousando com a família
Próximo Texto: Câmara distrital: Eleição para novo presidente de CPI é adiana pela 2ª vez
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.