São Paulo, sexta, 30 de janeiro de 1998

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Painel

Efeito Lerner-Renault
Tucanos souberam que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Emerson Kapaz, estuda ir ao Cade com ação por concorrência desleal contra empresas que recebem incentivos e vendem no mercado paulista produtos a preços subsidiados.

Se a moda pega
Do senador Amin (PPB-SC), sobre o protocolo entre Lerner e a Renault, que prevê um financiamento de até R$ 1,8 bi à empresa: "Assim, até eu crio uma montadora, a 'AminCar"'.

Terremoto no Senado
Cálculo de Osmar Dias (PSDB): se a Renault gerar 3.200 empregos, levando-se em conta que o Paraná poderá emprestar a ela até R$ 2 bi, cada posto de trabalho sairá por R$ 625 mil. Segundo o BNDES, um emprego na agroindústria custa R$ 10 mil.

Medindo o naufrágio
O malufismo está fazendo uma pesquisa em todas as administrações regionais de São Paulo para saber qual o principal problema apontado pela população.

No mesmo barco
Para costurar anteontem à noite o acordo entre governistas e oposicionistas, Sarney argumentou que PSDB, PFL e PPB querem destruir o PMDB para ver quem fica com as sobras.

Bateu onde dói
Avisado de que Requião prometia tumultuar a reunião da Executiva do PMDB, Jader Barbalho bateu primeiro. Disse que Orestes Quércia fora vítima de denúncias "levianas e moleques". Requião, autor do "Disque-Quércia", ouviu calado.

Que amigão!
Jader jogou duro também com Quércia: "Se tu te esqueceste do 'Disque-Quércia', eu, como teu amigo, não esqueci. Não vejo como poderás fazer campanha para o Requião em São Paulo".

O palácio deslumbra
De José Machado (PT-SP), sobre Michel Temer, na Presidência interinamente, ter chamado líderes da oposição ao Planalto: "É um gesto democrático que contrasta com os de FHC, para quem a oposição só atrapalha".

Ferida aberta 1
Uma ala do PT do Rio bombardeia a negociação entre Leonel Brizola e Chico Santa Rita para a campanha de Garotinho (PDT) ao governo fluminense. Petistas lembram que o marqueteiro dirigiu a fase Miriam Cordeiro da campanha de Collor, em 89.

Ferida aberta 2
"É de uma pequenez grande (o veto)", diz Santa Rita. Afirma que ajudou petistas em eleições, que não se arrepende do caso Miriam Cordeiro e que provavelmente agiria do mesmo jeito hoje. "Uma coisa que nunca disseram é que aquilo era mentira."

Barreira tucana
O líder do PSDB, Aécio Neves (MG), tem capitaneado a obstrução à votação do novo imposto sobre combustíveis. A equipe econômica e o PSDB avaliam que a medida é inflacionária.

Lamaçal paulistano
Além de asfaltar pequenas ruas da periferia, Celso Pitta planeja limpar os cemitérios de São Paulo. No da Freguesia do Ó, há carpideiras se atolando no barro.

Pegar ou largar
Após o balão furado da renúncia coletiva de ministros, a última da Esplanada é que FHC reserva a Secretaria da Segurança Pública de Alagoas especialmente para um amigo tucano que vive querendo ir para o governo.

Aliados de ocasião
Nenhum tucano paulista foi à reunião de secretários da Fazenda com parlamentares sobre projeto que repõe perdas dos Estados com a Lei Kandir. Nakano (SP) recorreu a João Paulo (PT).

Visita à Folha
O embaixador Sergio Amaral, secretário de Comunicação Social e porta-voz da Presidência, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

O presidente da seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rubens Approbato Machado, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Flávio de Freitas Gouveia, chefe de gabinete, e de Gaudêncio Torquato, assessor de imprensa.
TIROTEIO

De Carlos Santana (PT), sobre Brizola negociar com Chico Santa Rita (diretor da fase Miriam Cordeiro da campanha de Collor) o marketing de Garotinho:
- O PDT não vai cometer a loucura de contratar um cara que manchou o nome do Lula. Se isso acontecer, a aliança no Rio volta à estaca zero. O nosso grupo é o fiel da balança.

CONTRAPONTO

Inimigos mortais
Líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto estranhou quando sua secretária pediu que confirmasse a ida a um almoço no Planalto com o presidente:
- O quê? Almoço? Com essa gente do Planalto?
- O sr. me desculpe. Só estou avisando hoje porque o comunicado só chegou agora... - explicou a secretária.
Costa Neto continuou:
- Eu não vou ao Palácio. Estou na oposição. O que é que eu vou fazer lá?
- Eu pensei que o sr. gostasse dele - retrucou a secretária.
- O que houve com você? Não sabe que não temos nada com o Fernando Henrique e sua gente? - cobrou o deputado.
A secretária explicou que o convite era de Michel Temer, que ocupava interinamente a Presidência da República.
Costa Neto não passou recibo:
- Pois bem. Diga que vou com prazer. Mas levarei um pedido anotado. Quero a cabeça do ministro Sérgio Motta!



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