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Piora avaliação do desempenho de
Lula, diz pesquisa
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde o início do atual governo,
de acordo com a pesquisa do Instituto Sensus encomendada pela
CNT (Confederação Nacional do
Transporte), a aprovação ao desempenho pessoal do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva caiu 24
pontos percentuais, enquanto a
aprovação do governo caiu 22.
Segundo a pesquisa, no último
mês, a aprovação pessoal do presidente Lula oscilou negativamente 5,7 pontos percentuais
-de 65,3% para 59,6%. No mesmo período, a desaprovação do
desempenho pessoal do presidente subiu de 24,2% para 30,5%.
Para o instituto, apesar de dentro do intervalo de erro (3 pontos
percentuais para mais ou menos),
ambas as oscilações mostram
uma queda na popularidade de
Lula, e que seria causada não pelo
caso Waldomiro Diniz, e sim pela
insatisfação com o governo.
Na pesquisa divulgada ontem, o
percentual dos que consideram o
governo ótimo e bom variou negativamente de 39,9% em fevereiro para 34,6% em março. A avaliação negativa (índices ruim/péssimo) subiu de 15,1% para 19,4%.
A pesquisa foi realizada em todo
o país no período de 24 a 26 de
março. Com a margem de erro de
três pontos percentuais, pode-se
considerar que a avaliação do presidente não caiu, apenas sofreu
oscilação dentro da margem, apesar da variação de 5,7 pontos.
Essa variação se reduz se se aumentarem três pontos no índice
apurado de aprovação em março
(que ficaria em 62,6%) e se diminuírem três pontos no índice de
fevereiro (que ficaria em 62,3%).
Segundo o diretor do Instituto
Sensus Ricardo Guedes, a variação se torna estatisticamente significativa quando se considera
que a desaprovação aumentou 6,3
pontos percentuais. Os dois índices somados atingem 12 pontos
percentuais. "A variação total é
significativa", afirmou.
Pesquisa do Ibope divulgada na
sexta-feira pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) já indicava queda na aprovação do governo e na confiança em relação
ao presidente. Segundo aquela
pesquisa, que é trimestral, a aprovação ao governo caiu 12 pontos
percentuais desde dezembro, enquanto a confiança no presidente
caiu 9 pontos.
O presidente da CNT, Clésio
Andrade, que é vice-governador
de Minas Gerais pelo PL, partido
do vice-presidente José Alencar,
disse que "o governo Lula, por
causa da sua letargia, caminha para a impopularidade".
O governo é considerado impopular quando a avaliação negativa
supera a positiva. Foi o caso, por
exemplo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu
segundo mandato.
Caso Waldomiro
O Sensus fez diversas perguntas
sobre o caso Waldomiro Diniz
-diferentemente do Ibope, que
averiguou basicamente o grau de
conhecimento da população sobre o caso.
De acordo com a pesquisa, esse
escândalo afetou pouco a imagem
do governo e do PT. Do total de
entrevistados, apenas 43,9% tomaram conhecimento do caso.
Desses, a grande maioria (68,7%)
não mudou de opinião sobre o
PT, contra 19,3% que mudaram.
Entre os que tomaram conhecimento, 57% mantiveram a confiança no governo, enquanto
28,5% disseram que diminuiu a
confiança.
No início do mês, pesquisa Datafolha revelava que o maior prejudicado político com o caso Waldomiro era seu ex-chefe: 67% dos
entrevistados achavam que o ministro José Dirceu (Casa Civil) deveria se afastar de seu cargo.
Colaborou a Reportagem Local
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