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Dois fazendeiros citados por Bida em
depoimento têm processo por Sudam
SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Dois dos três fazendeiros citados no depoimento à Polícia Federal por Vitalmiro Bastos de
Moura, o Bida, acusado de ser o
mandante do assassinato de Dorothy Stang, 73, enfrentam processos por envolvimento no caso
Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
Em seu depoimento à PF, embora não tenha acusado nenhum
fazendeiro de Anapu (PA), onde a
freira foi morta, confirmou seu
envolvimento com Regivaldo
Galvão, o Taradão, e Délio Fernandes. Um terceiro fazendeiro
citado foi Luiz Ungaratti. Apontado como um dos maiores donos
de terras local, Fernandes responde a ações civil e penal, acusado de
desvio de recursos da Sudam.
Criada para disponibilizar recursos para o desenvolvimento
do Norte, a Sudam foi extinta em
fevereiro de 2001, devido a denúncias de desvios de recursos.
Segundo o procurador da República no Pará, Ubiratan Cazzeta, Fernandes é relacionado em ao
menos 5 de 12 ações de fraudes da
Sudam. Seu nome às vezes aparece como destinatário final das
verbas desviadas, ou então o dinheiro transitava em contas de
empresas ligadas a ele ou de laranjas. Bida disse ter pedido ajuda
a Fernandes após o assassinato.
No depoimento, Bida também
falou sobre Galvão, que teria lhe
vendido uma fazenda dentro da
área do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança. Segundo o Ministério Público Federal, Galvão foi processado no caso
Sudam. Ele atuava como um agiota, emprestando dinheiro a juros
altos a contratantes da Sudam.
Dorothy denunciou Galvão ao
Ibama por corte de madeira ilegal.
A Folha só conseguiu falar com
Ungaratti, que negou que conhecesse Bida e a freira.
Colaborou JAQUELINE ALMEIDA, colaboração para a Agência Folha, em Belém
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