São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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PAINEL

Obra aberta 1
Nem bem foram imprimidas cópias de suas mais de 2.000 páginas, o relatório de Osmar Serraglio (PMDB-PR) começaria ontem mesmo a ser desmontado para dar lugar a versão negociada entre governo e oposição.

Obra aberta 2
Os mediadores Eduardo Paes (PSDB-RJ), ACM Neto (PFL-BA), José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Maurício Rands (PT-PE) concluíram que o texto lido ontem jamais será aprovado pela CPI dos Correios. E se encontrariam fora do Congresso, à noite, para costurar uma saída.

Genérico
A tentativa dos petistas será, mais uma vez, retirar a tipificação dos pedidos de indiciamento, principalmente os que falam em corrupção ativa.

Morte ao tucanês
Ao ler trecho do relatório que fala sobre a "ciência de Lula", repleto de termos como "sabença", "lobrigar" e "cúspide", um oposicionista disparou: "Tucanaram "o presidente sabia'!".

Trouxe o trombone
O vice-presidente da CPI, Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), levou bronca pública de Delcídio Amaral (PT-MS) por ter feito circular nomes da jamais materializada lista de novos mensaleiros. As informações chegaram aos ouvidos dos suspeitos, muitos deles do PMDB.

Onde está Wally?
Com tanta polêmica, passou despercebida a ausência de Daniel Dantas no relatório. Apesar de a Brasil Telecom aparecer como fonte do valerioduto, seu ex-controlador não teve o indiciamento pedido pela CPI.

Lei do cão
Na terça, após duro pronunciamento de José Carlos Aleluia (PFL-BA) contra o governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP) pediu a palavra para defender Lula. Fernando Gabeira (PV-RJ) comentou com Aleluia: "Nunca vi máfia discursar. Máfia atira".

Receita de sucesso
Em campanha para ser vice de Geraldo Alckmin, José Agripino (PFL-RN) resolveu seguir a estratégia vitoriosa do tucano. O senador quer consulta ampla a colegiado de seu partido.

Tente outra vez
Nas consultas sobre o vice, Jorge Bornhausen (SC) deixa claro que não quer saber de Agripino. A um senador que lhe declarou preferência pelo líder da bancada, o presidente do PFL respondeu: "Me dê mais dois nomes".

Não vai rolar 1
Depois de tentar, sem sucesso, virar secretário da Segurança de Cláudio Lembo, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) trabalha para ser vice na chapa de José Serra ao governo. A chance de dar certo é próxima de zero.

Não vai rolar 2
Está fora de cogitação dar a Serra um vice do PSDB, opção defendida por alguns tucanos para acomodar José Anibal, que mantém sua pré-candidatura. Essa vaga, bem como a do Senado, será usada para compor aliança com outros partidos.

Na vitrine
José Roberto Barradas (PSDB) permanecerá na Secretaria Estadual de Saúde. A pasta inaugura este ano o Instituto Dr. Arnaldo e fábricas de vacinas e remédios.

Dança de cadeiras
Com a saída de José Aristodemo Pinotti (PFL) para concorrer a deputado federal, a Educação municipal será assumida por Alexandre Schneider, atual secretário-adjunto de Governo. Para o lugar de Gilberto Natalini (Participação e Parceria) irá o vereador José Police Neto.

Visita à Folha
Antonio Jacinto Matias, vice-presidente sênior da Área de Apoio ao Desenvolvimento e Marketing do Banco Itaú, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ricardo Terenzi Neuenschwander, diretor de Relações Institucionais, e de Paulo Marinho, gerente de Relações com a Imprensa.

TIROTEIO

Do presidente da OAB, Roberto Busato, sobre o relatório final da CPI dos Correios:
-A omissão do Lulinha vai torná-lo mais presente do que se tivesse sido citado pela CPI.

CONTRAPONTO

Exército de um homem só

No dia 5 de dezembro de 2001, a CPI do Futebol lia seu relatório final e o senador Gilvan Borges (PMDB-AP) era o único que defendia o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na comissão.
Por conta da tentativa de "explodir" a CPI, o peemedebista ganhou dos colegas o apelidado de "Bin Laden", em uma referência ao terrorista que meses antes havia comandado o ataque às torres gêmeas do WTC em Nova York.
No dia seguinte, confiante no acordo costurado pela "bancada da bola" à base de contribuições para futuras campanhas, Borges foi para a votação do texto trabalhar pela vitória da CBF, que queria derrubar o relatório.
Mas, quando a votação começou, sob pressão, todos votaram "sim". Na hora de anunciar seu voto, Borges olhou bem para alguns dos colegas e disparou:
-Já que os outros talebans desertaram, eu voto sim!


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