São Paulo, segunda-feira, 30 de março de 2009

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outro lado

Temer afirma que estuda melhora no uso das cotas

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não se manifestou sobre o tema

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou por meio da sua assessoria que aguarda para os próximos dias estudo sobre a verba aérea e que vai apoiar todas as medidas sugeridas para aprimoramento do seu uso.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não quis falar sobre o assunto, argumentando que não trata de assuntos administrativos.
Nem Câmara nem Senado falam em redução dos valores pagos. Sobre fiscalização do uso dos recursos, também não há perspectiva de mudanças, embora o terceiro-secretário da Câmara, Odair Cunha (PT-MG), diga que não haverá "complacência" em relação ao uso indevido.
A assessoria de comunicação do Senado citou ato da Mesa Diretora de 1988 para justificar a cota de cinco passagens por mês para cada senador, incluindo uma para o Rio de Janeiro, e os bilhetes adicionais a que têm direito os que têm cargos na Mesa Diretora e os líderes.

Contrato
A definição de que o cálculo de cada passagem leva em consideração a maior tarifa está no contrato da Casa com a empresa Sphaera, que fornece os bilhetes para os senadores. A empresa foi escolhida por pregão eletrônico e o contrato é de R$ 22,2 milhões, de um ano.
Entre os senadores da Mesa Diretora houve jogo de empurra. O senador João Claudino (PTB-PI), segundo-secretário, que seria o responsável pelo assunto, disse que não comentaria porque só trata de passagens extras pedidas pelos senadores para viagens em missão oficial. As da cota são de responsabilidade de cada gabinete dos congressistas.
"Isso não é comigo não", disse o primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). O terceiro-secretário, senador Mão Santa (PMDB-PI), admitiu que doa passagens aos seus eleitores, "principalmente para pessoas doentes", mas se recusou a comentar sobre a regra. "Isso é tarefa do segundo-secretário."
As assessorias de Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Sandro Mabel (DEM-GO) afirmaram que não conseguiram localizá-los na sexta-feira. O gabinete do deputado Luiz Bittencourt (PMDB-GO) não respondeu à reportagem.
Vários deputados ouvidos afirmaram que os altos valores se justificariam porque eles usam os bilhetes para atividades relacionadas ao mandato, além de se deslocar entre o Estado e Brasília.
"Mandei há alguns dias dois assessores para encontro em São Paulo onde se discutiu a juventude. Se não fosse a cota, eles não poderiam ter ido", diz o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF).
"Como presidente da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional, fui convidado para um evento da FAO [órgão de agricultura e alimentação das Nações Unidas] no Chile. Usei a cota", afirma o deputado federal Nazareno Fonteles (PT-PI). (RANIER BRAGON E ANDREZA MATAIS)


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