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outro lado
Temer afirma que estuda melhora no uso das cotas
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não se manifestou sobre o tema
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou por meio da sua assessoria
que aguarda para os próximos
dias estudo sobre a verba aérea
e que vai apoiar todas as medidas sugeridas para aprimoramento do seu uso.
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), não quis
falar sobre o assunto, argumentando que não trata de assuntos
administrativos.
Nem Câmara nem Senado falam em redução dos valores pagos. Sobre fiscalização do uso
dos recursos, também não há
perspectiva de mudanças, embora o terceiro-secretário da
Câmara, Odair Cunha (PT-MG), diga que não haverá
"complacência" em relação ao
uso indevido.
A assessoria de comunicação
do Senado citou ato da Mesa
Diretora de 1988 para justificar
a cota de cinco passagens por
mês para cada senador, incluindo uma para o Rio de Janeiro, e
os bilhetes adicionais a que têm
direito os que têm cargos na
Mesa Diretora e os líderes.
Contrato
A definição de que o cálculo
de cada passagem leva em consideração a maior tarifa está no
contrato da Casa com a empresa Sphaera, que fornece os bilhetes para os senadores. A empresa foi escolhida por pregão
eletrônico e o contrato é de R$
22,2 milhões, de um ano.
Entre os senadores da Mesa
Diretora houve jogo de empurra. O senador João Claudino
(PTB-PI), segundo-secretário,
que seria o responsável pelo assunto, disse que não comentaria porque só trata de passagens extras pedidas pelos senadores para viagens em missão
oficial. As da cota são de responsabilidade de cada gabinete
dos congressistas.
"Isso não é comigo não", disse o primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). O terceiro-secretário, senador Mão Santa (PMDB-PI),
admitiu que doa passagens aos
seus eleitores, "principalmente
para pessoas doentes", mas se
recusou a comentar sobre a regra. "Isso é tarefa do segundo-secretário."
As assessorias de Ronaldo
Caiado (DEM-GO) e Sandro
Mabel (DEM-GO) afirmaram
que não conseguiram localizá-los na sexta-feira. O gabinete do
deputado Luiz Bittencourt
(PMDB-GO) não respondeu à
reportagem.
Vários deputados ouvidos
afirmaram que os altos valores
se justificariam porque eles
usam os bilhetes para atividades relacionadas ao mandato,
além de se deslocar entre o Estado e Brasília.
"Mandei há alguns dias dois
assessores para encontro em
São Paulo onde se discutiu a juventude. Se não fosse a cota,
eles não poderiam ter ido", diz
o deputado federal Geraldo
Magela (PT-DF).
"Como presidente da Frente
Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional, fui convidado para um evento da FAO
[órgão de agricultura e alimentação das Nações Unidas] no
Chile. Usei a cota", afirma o deputado federal Nazareno Fonteles (PT-PI).
(RANIER BRAGON E ANDREZA MATAIS)
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