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SUCESSÃO
Presidente enfrenta epidemia de dengue e a maior taxa de desemprego desde o fim do regime militar
Saúde e desemprego atrapalham FHC
FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília
As áreas da
saúde e emprego são as que o
presidente Fernando Henrique Cardoso
apresentou o
seu pior desempenho na comparação com as promessas feitas durante sua campanha, em 94.
Quando era candidato, FHC
usou nos seus comerciais a imagem de uma mão espalmada. Para
cada um dos cinco dedos relacionou uma prioridade de seu futuro
governo: saúde, educação, emprego, segurança e agricultura.
As promessas ficaram conhecidas como as "metas dos cinco dedos". Três anos e três meses depois de tomar posse, FHC enfrenta
uma epidemia de dengue e a maior
taxa de desemprego desde o fim
do regime militar (64-85).
De 96 para 97, houve um aumento de 41% dos casos registrados de
dengue no país (de 180 mil para
254 mil). Em 96, o governo FHC
não gastou nada na erradicação do
mosquito Aedes aegypti, que
transmite o vírus da dengue.
Em 97, o governo colocou no
Orçamento uma verba anual de
R$ 443,9 milhões para combater a
dengue. Até dezembro, só havia
gasto R$ 248 milhões. A epidemia
se alastrou. Neste ano, o número
de casos já atingiu 82 mil.
No primeiro semestre de 97, foram gastos R$ 14 milhões e o governo registrou 213,6 mil casos.
No segundo semestre, o dinheiro
atingiu R$ 234 milhões e o total de
casos despencou para 40,2 mil.
Um dos maiores feitos foi a descentralização da distribuição de
recursos. Hoje, cerca de 3.300 municípios recebem uma verba equivalente a R$ 10 por habitante/ano.
A promessa de FHC em campanha sobre emprego era vaga. O
candidato apostava que a estabilização incentivasse a retomada dos
investimentos produtivos no país.
O problema do FHC presidente
foi que o país conquistou a estabilidade da inflação, mas a economia não cresceu o suficiente para
gerar investimentos e empregos.
A taxa de desemprego medida
pelo IBGE, a preferida por FHC,
era de 4,42% em janeiro de 95
-quando tomou posse. Em janeiro deste ano, bateu em 7,25%.
Nos três primeiros anos de FHC,
as empresas brasileiras eliminaram 752.832 empregos formais. O
setor que mais demitiu foi o da indústria de transformação: 557.715.
De positivo, na área de emprego,
o governo diz ter investido R$ 595
milhões nos últimos três anos em
um programa de requalificação
profissional. Dados oficiais mostram que 3,3 milhões de trabalha
dores se beneficiaram disso.
O governo também considera
positivo o efeito do Proger (Programa de Geração de Emprego e
Renda), que oferece empréstimos
-de até R$ 10 mil- para pequenos empreendedores.
O Proger não funcionou muito
bem nas áreas urbanas. Segundo o
governo, mesmo que a maior parte da renda tenha ido para o interior, ajudou a manter o emprego
no campo -contribuiu para não
elevar mais o desemprego geral.
Esses dados são do Ministério do
Trabalho e demonstram que o emprego formal no governo FHC esteve muito pior do que na gestão
anterior, de Itamar Franco. Nos
dois anos de Itamar ocupou o Planalto, 93 e 94, houve um aumento
de 428.622 empregos formais.
Uma das providências tomadas
foi promover programas de treinamento de, principalmente, pessoas que estão desocupadas ou
que tenham baixa qualificação.
O Ministério do Trabalho criou
o Planfor (Programa Nacional de
Qualificação do Trabalhador). De
95 a 97, esse programa teria beneficiado 3,3 milhões de trabalhadores, ao custo de R$ 595 milhões.
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