DA AGÊNCIA FOLHA

Numa audiência de conciliação promovida ontem pela Justiça catarinense, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) aceitou um acordo para desocupar daqui a três meses a fazenda Faxinal do Paulista, da empresa Klabin, em São Cristóvão do Sul (SC). De acordo com a empresa, a área é produtiva. Foi invadida no dia 17 por 500 sem-terra.
Pelo acordo, a Klabin vai determinar uma área para que os sem-terra permaneçam acampados. O MST avaliou que o acordo foi positivo porque dá tempo para que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) vistorie áreas e arranje uma solução definitiva para os invasores.
Em Mirandópolis (SP), o MST cumpriu ontem uma determinação judicial e desocupou a fazenda Primavera 1, tomada duas vezes durante o "abril vermelho". Segundo o Incra, ela foi vistoriada e considerada improdutiva. O pedido de desapropriação aguarda apreciação do juiz.
Em Minas Gerais, cerca de 200 sem-terra ligados ao MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade) invadiram na madrugada de ontem a fazenda Pirapitinga, em Canápolis (Triângulo Mineiro). Ela também foi considerada improdutiva pelo Incra. A área é usada para criar gado e pertence ao grupo canadense Brascan, que discute o laudo na Justiça.
Nas cidades de Altamira e Paragominas, no Pará, dois prédios do Incra foram invadidos anteontem por grupos de sem-terra locais. No sul do Estado, o Incra em Conceição do Araguaia, invadido há 17 dias, foi liberado ontem. A visita do presidente do Incra, Rolf Hackbart, marcada para hoje, ajudou nas negociações.
O ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) definiu ontem com o Comando Militar do Sul as obras a serem realizadas pelo Exército em estradas que dão acesso a assentamentos.
A previsão é que 40 soldados se envolvam nos trabalhos, em Aceguá, Hulha Negra e Candiota, no sul do Rio Grande do Sul.


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