São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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Cultivo foi "tábua de salvação" para área, diz produtor

DA AGÊNCIA FOLHA, EM
TEIXEIRA DE FREITAS (BA)

Presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Extremo Sul da Bahia, Darilo Carlos de Souza disse que o fomento para cultivar eucalipto foi a "tábua de salvação" para a região. "Seguindo as recomendações das empresas, plantar eucalipto rende cinco ou seis vezes mais do que criar gado ou tirar leite", disse ele.
Antes, Souza criava gado de corte em sua propriedade em Teixeira de Freitas -563 hectares. "Aos poucos, fui migrando e hoje tenho 330 hectares só com eucalipto. O meu patrimônio aumentou oito vezes."
De acordo com Souza, dos 500 associados da Apresba, pelo menos 400 trabalham basicamente com eucalipto. "As empresas dão o que o governo deveria dar, que é o financiamento para os pequenos e médios agricultores. As três empresas [Aracruz, Suzano e Veracel] desenvolvem o projeto, dão toda a assistência técnica e ainda financiam o plantio."
O presidente da Aciatef (Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Teixeira de Freitas), Pedro Augusto Carvalho, disse que a plantação de eucalipto gera empregos, ao contrário do que diz o MST. "Só com corte, manutenção, transporte e replantio são 6.000 empregos diretos."
O secretário da Indústria e Comércio de Teixeira de Freitas, Antonio Eccher, disse que o fomento "é uma tentação para os pequenos agricultores".
"Acho que a maioria vai se arrepender. Posso dizer que o projeto da monocultura de eucalipto não traz nenhum retorno social para o município porque as empresas só querem saber de lucrar muito, e não se preocupam com o futuro."
Os produtores que ainda não aderiram ao fomento dizem que a estratégia das empresas empobreceu a região. "Ninguém quer saber de plantar mais nada, a não ser eucalipto. Depois que essas empresas chegaram, os preços dos hortigranjeiros, da carne e do leite aumentaram muito", afirmou o agricultor Antonio Santos Oliveira. (LF)

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