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Cultivo foi "tábua de salvação" para área, diz produtor
DA AGÊNCIA FOLHA, EM
TEIXEIRA DE FREITAS (BA)
Presidente da Associação dos
Pequenos Produtores Rurais
do Extremo Sul da Bahia, Darilo Carlos de Souza disse que o
fomento para cultivar eucalipto foi a "tábua de salvação" para a região. "Seguindo as recomendações das empresas,
plantar eucalipto rende cinco
ou seis vezes mais do que criar
gado ou tirar leite", disse ele.
Antes, Souza criava gado de
corte em sua propriedade em
Teixeira de Freitas -563 hectares. "Aos poucos, fui migrando e hoje tenho 330 hectares só
com eucalipto. O meu patrimônio aumentou oito vezes."
De acordo com Souza, dos
500 associados da Apresba, pelo menos 400 trabalham basicamente com eucalipto. "As
empresas dão o que o governo
deveria dar, que é o financiamento para os pequenos e médios agricultores. As três empresas [Aracruz, Suzano e Veracel] desenvolvem o projeto,
dão toda a assistência técnica e
ainda financiam o plantio."
O presidente da Aciatef (Associação Comercial, Industrial
e Agropecuária de Teixeira de
Freitas), Pedro Augusto Carvalho, disse que a plantação de
eucalipto gera empregos, ao
contrário do que diz o MST.
"Só com corte, manutenção,
transporte e replantio são 6.000
empregos diretos."
O secretário da Indústria e
Comércio de Teixeira de Freitas, Antonio Eccher, disse que o
fomento "é uma tentação para
os pequenos agricultores".
"Acho que a maioria vai se
arrepender. Posso dizer que o
projeto da monocultura de eucalipto não traz nenhum retorno social para o município porque as empresas só querem saber de lucrar muito, e não se
preocupam com o futuro."
Os produtores que ainda não
aderiram ao fomento dizem
que a estratégia das empresas
empobreceu a região. "Ninguém quer saber de plantar
mais nada, a não ser eucalipto.
Depois que essas empresas
chegaram, os preços dos hortigranjeiros, da carne e do leite
aumentaram muito", afirmou
o agricultor Antonio Santos
Oliveira.
(LF)
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