São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Atenção às palavras

Morreu uma criança nos EUA, a OMS levou o alerta à "fase 5" e o "Washington Post", estridente desde o fim de semana, encerrou o dia com casos "prováveis" já nos subúrbios da capital americana.
O "New York Times", que vinha evitando maior destaque, cedeu e deu manchete on-line para o novo alerta.
Antes, havia publicado que o "Bate-estaca da mídia amplifica a cobertura do surto", com relato de pessoas se apresentando aos hospitais sem sintoma, levadas pela "saturação" de Fox News, "Daily News" etc. "Ninguém quer entrar em pânico ou causar pânico", argumentou o âncora da NBC, "mas somos atentos a palavras como emergência ou pandemia".

ÉDGAR, 5

Adriana Zehbrauskas/nytimes.com
"NYT" e "WP" deram ontem em suas capas fotos do mesmo personagem, nas reportagens "De Édgar, 5, tosses ouvidas ao redor do mundo" e "Pequeno menino no centro de uma tempestade viral", sobre o suposto primeiro caso.
"Eu me sinto bem", diz o garoto mexicano. Ecoou pelo mundo, via AP e outras, e foi parar no "Jornal Nacional".

SINAIS DE ALÍVIO

Enquanto "NYT" e outros davam a queda do PIB como o fim da "esperança", ontem pela manhã, o "Wall Street Journal" sublinhou, dos números, o salto no consumo.
Ouviu economistas com igual avaliação.
A Bolsa concordou e subiu 2,1%, submanchete do "WSJ" no fim do dia. Na manchete, somando otimismo, "Fed vê sinais de alívio da recessão".

DE VOLTA A OUTUBRO

Por aqui, o Banco Central soltou o corte de 1% a tempo para os telejornais. A Bolsa, já se antecipando e também apostando nas commodities, segundo a Bloomberg, saltou 3% e retomou o patamar de outubro de 2008, no destaque do portal UOL.

PARA COMPENSAR

O "China Daily" ressaltou nova avaliação da montadora japonesa Honda, de que "as condições na China e no Brasil seguem razoavelmente boas" e é nos dois que ela vai "acelerar os esforços para compensar as perdas de EUA, Japão e Europa".

DEPOIS DA CRISE, OS BRICS

Os 100 dias foram atropelados pela gripe, mas Obama surgiu em longa entrevista ao "NYT Magazine", a revista de domingo, adiantada ontem.
Sob o enunciado "Depois da Grande Recessão", fala do futuro em educação, energia, saúde. E responde ao temor dos americanos de perder o emprego para os chineses: A questão mais ampla é que, se você olhar nossa concorrência de longo prazo na economia global, China, Índia, UE, Brasil, são os países que produzirem a força de trabalho mais bem educada que terão vantagem.

O FAVORECIDO

O Journalism.org, do instituto Pew, postou pesquisa sobre a cobertura nos primeiros dois meses de mandato e destacou que "quatro em cada dez reportagens, editoriais e colunas sobre Obama foram positivas, contra 22% para Bush e 27% para Clinton". Em suma, seu tratamento tem sido "mais favorável do que cético".

OBAMA E O NOSSO RACISMO

"NYT" e CBS destacaram pesquisa mostrando que "a presidência de Obama parece estar alterando a percepção das relações raciais nos EUA". Dois terços dos americanos avaliam agora que elas são "boas".
Por coincidência, ontem em Washington, via agências e o site do Departamento de Estado, o secretário assistente para América Latina, Thomas Shannon, e o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, detalharam o Plano de Ação Conjunta para Eliminar a Discriminação Racial.

"SLAVE LABOR"

Walter Sotomaior/news.yahoo.com
Em Garimpo Bom Jesus, "mineiros em desespero"
No alto da busca no Yahoo News, com a AP, "Cresce denúncia de trabalho escravo no Brasil". É "escravidão por dívida", na maioria "vinculada ao setor de cana".

"GOLD RUSH"

Também destaque ontem na busca, com AFP e Reuters antes, a "corrida do ouro" até Garimpo Bom Jesus, no Pará, que resultou somente em "pobreza e desespero".



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@ - Nelson de Sá


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