São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Dornelles, vem cá

Diante dos sinais de aproximação entre PSDB e PP, Lula decidiu chamar para uma conversa o presidente do partido, Francisco Dornelles. É com ele, e não com a bancada, que será discutido o eventual apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) -decisão que Executiva da sigla decidiu anteontem adiar para junho.
No entender do Planalto, deputados do PP alimentam a especulação de que Dornelles pode ser vice de José Serra (PSDB) para aumentar o poder de barganha na liberação de verbas. Em entrevista à rádio Gaúcha, o senador manteve o suspense: "Não há política sem histórias. E, quando elas ganham força própria, não adianta confirmar nem desmentir".



Viés de alta. A chance de o PSDB convidar e de Dornelles aceitar, acrescentando cerca de um minuto e meio ao tempo de TV de Serra, é hoje maior do que a campanha de Dilma gostaria de admitir.

Chimarrão. Ainda Dornelles à rádio Gaúcha: "O PP do Rio Grande do Sul é a seção mais forte e prestigiada do partido. A Executiva Nacional não tomará nenhuma decisão com a qual não concorde o PP do Rio Grande do Sul". Que está alinhado com os tucanos.

Torneira 1. Filiado ao PP, Márcio Fortes (Cidades) decidiu liberar R$ 160 milhões de emendas ao Orçamento para acalmar a bancada do partido, que vive em pé de guerra com o ministro, a quem acusa de se importar apenas com a candidatura de Dilma Rousseff.

Torneira 2. O Planalto vai autorizar a liberação de R$ 3 milhões em emendas individuais no Congresso para aplacar a queixa generalizada. "Já estamos em maio. Temos direito a R$ 12 milhões", diz o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).

Epílogo. Coordenador da campanha de Serra, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) desembarcou ontem no Rio para fechar o tão adiado acordo entre o PV de Fernando Gabeira, candidato ao governo, e o DEM de Cesar Maia, que buscará cadeira no Senado.

Complicômetro. Mais um fator a balançar o palanque de Serra em Pernambuco: parte do DEM não apoiará a reeleição de Marco Maciel ao Senado. O ex-deputado José Mendonça, pai do ex-governador Mendonça Filho, irá com Armando Monteiro Neto (PTB).

Areia. Dividida, a Executiva Nacional do DEM ameaça não apoiar a reeleição da ex-correligionária Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão.

Minha gente. O ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB) anunciou que disputará o governo de Alagoas. A decisão fratura o "chapão" formado em torno da candidatura de Ronaldo Lessa (PDT). Collor ligou para Lessa e pediu uma conversa. Sabedor do assunto, Lessa sugeriu que ele procure o presidente do PDT, Carlos Lupi.

Tudo bem. De Lessa, ex-governador assim como Collor, sobre a entrada deste na disputa: "É um direito dele. Vão ser três candidatos, vai ter mais emoção" (além dos dois há o tucano Teo Vilela, que buscará a reeleição). O PMDB, de Renan Calheiros, vai manter o apoio a Lessa.

Sorte grande. No início do ano, a Prefeitura de Salvador anunciou que promoveria um recadastramento, de caráter formal, dos 20 bancos credenciados para operar o crédito consignado do funcionalismo local. Para surpresa das demais instituições, uma vez encerrado o processo, apenas o BMG e três bancos pequenos mantiveram a licença.

Escafandro. De um dirigente do PSB, sobre a anunciada decisão do deputado Ciro Gomes de "mergulhar", depois de causar furor com sua primeira entrevista uma vez excluído da disputa presidencial por pressão de Lula e decisão do partido : "Nós é que vamos mergulhá-lo num aquário, por precaução".


com SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS

Tiroteio

"A sociedade brasileira vai se cobrir de luto e dizer que só pode falar de política a partir de junho? Isso é que nem jabuticaba, só tem no Brasil."

De ROBERTO FREIRE , presidente nacional do PPS, sobre as restrições impostas aos candidatos pela legislação eleitoral.

Contraponto

Lula eterno

Em conversa com dirigentes do PSB, Lula comentou a decisão de Paulo Hartung (PMDB) de dar um tempo da política quando encerrar, em dezembro, seu segundo mandato como governador do Espírito Santo:
-Desde que eu tinha 20 e poucos anos falo que vou dar um tempo da política, mas não consigo...
E comentou com Eduardo Campos, 44, presidente do PSB, governador de Pernambuco e neto de Miguel Arraes:
-Olhe, você mesmo não se iluda: daqui a pouco estará tossindo que nem o seu avô...
Eleito governador pela primeira vez em 1962, Arraes morreu em 2005, aos 88 anos, dirigindo o PSB.


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