São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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PAINEL

Meio cheio
Longe das câmeras, a cúpula petista reconhece que deverá sair da eleição com "vitória numérica", pois certamente dará um salto em sua quantidade de prefeituras, mas com o espaço reduzido nos grandes centros.

Meio vazio
O PT se dará por satisfeito se conseguir vencer em cinco das oito prefeituras de capital que tem hoje. Dos postulantes à reeleição, apenas Marcelo Déda (Aracaju) está com a vida ganha.

Estrela amarela
Levantamento à disposição do PT mostra que o partido corre risco expressivo de perder a eleição nas sete principais cidades que governa em São Paulo. Além da capital, está em desvantagem nas disputas de Guarulhos, Campinas, Ribeirão Preto, Diadema, Mauá e Franca.

Limão com casca
Para azedar o humor petista, em cinco dos sete municípios a corrida é hoje liderada pelo arquiinimigo PSDB. Em Diadema, os tucanos dividem a dianteira com o PPS. Apenas em Guarulhos está na frente um partido da base aliada de Lula, o PV.

Freio-de-mão
A situação não está muito melhor nas principais cidades paulistas em que o PT é oposição. Seus candidatos ainda não deslancharam em São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Osasco e Sorocaba. A exceção é Santos, onde a ex-prefeita Telma de Souza lidera com folga.

Solo sagrado
Menos pelo peso político do que por simbologia, dois municípios são tratados como prioridade no planejamento eleitoral petista: São Bernardo, berço político de Lula, e Ribeirão Preto, terra de Antonio Palocci.

Receita baiana
Em Ribeirão, onde a intenção de voto no prefeito petista Gilberto Maggioni não atinge dois dígitos, a campanha será feita por João Santana, ex-sócio de Duda Mendonça. Em 2000, os dois trabalharam juntos para eleger Palocci na cidade.

Prêt-à-porter
A opção de Marta Suplicy por chapa puro-sangue fez escola. Em Guarulhos, Elói Pietá tentará novo mandato com vice petista, apesar do cenário adverso.

Caneta amiga 1
Na semana que passou, ganharam cargos de confiança quatro pessoas que doaram dinheiro para campanhas eleitorais do PT e do PL. Duas nomeações foram feitas por José Alencar, interino na Presidência. As outras partiram da Casa Civil.

Caneta amiga 2
Alencar nomeou Alexandre Silveira de Oliveira (R$ 40.500 para o PL) e Hideraldo Caron (R$ 5.150 para o PT gaúcho) para o DNIT (Transportes).

Dupla função
No serpentário do Senado, comenta-se que o colar ortopédico usado por Ideli Salvatti desde que sofreu uma cirurgia de hérnia de disco serve também para proteger o pescoço da petista da ira de seus colegas de bancada.

Tenho dito
A Telecom Itália afirma que jamais ameaçou retirar seus negócios do país como forma de pressionar o Cade a decidir pelo retorno da empresa ao bloco de controle da Brasil Telecom.

Em suspenso
Em agosto de 2002, a empresa italiana retirou-se do bloco controlador da Brasil Telecom para passar a operar telefonia móvel no país. Seu retorno está no momento sob análise do Cade.

Jogo bruto
Três comissões do Congresso convocaram o presidente do Cade a dar explicações sobre o caso Telecom Itália. Os pedidos foram feitos por parlamentares ligados a ACM, por sua vez próximo a Daniel Dantas, do Opportunitty -integrante do bloco controlador da Brasil Telecom.

TIROTEIO

Do vice-líder Beto Albuquerque (PSB-RS), sobre o aumento do PIB no primeiro trimestre:
-Fizemos a lição de casa em 2003. O resultado responde aos incrédulos e impacientes. Eles imaginavam que Lula tivesse sido eleito presidente da Suécia.

CONTRAPONTO

Passarinho verde

A cúpula do MST reuniu-se na segunda, em Brasília, com os ministros José Dirceu, Luiz Dulci e Miguel Rossetto para discutir ações do governo no âmbito da reforma agrária. O encontro demorou a começar em razão de atraso do chefe da Casa Civil.
Ao chegar, Dirceu surpreendeu a todos pelo bom humor:
-Bonita a vista daqui, Rossetto- comentou ao observar a catedral de Brasília pela janela do gabinete de seu colega.
Não contente em elogiar a paisagem, Dirceu sugeriu:
-Quando acabarmos, vamos descer e rezar pelo governo.
Em seguida, os visitantes entregaram aos ministros projetos de assentamentos, documentos e convites para eventos dos sem-terra. Ainda sorridente, Dirceu ensaiou uma reclamação:
-Pô, a relação do MST com o governo já foi melhor. Antes vocês traziam vinho, geléia e mel. Agora, só papel e convite.


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