São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Governador chega da China e dará o aval ao acordo que garantirá o apoio ao PSDB na disputa em São Paulo

PFL deve descartar Pinotti e apoiar Serra

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

O governador paulista, Geraldo Alckmin, volta hoje de sua viagem à China e deve avalizar o acordo praticamente fechado entre o seu PSDB e o PFL em torno da pré-candidatura do ex-ministro e ex-senador tucano José Serra a prefeito de São Paulo.
O nome do deputado José Aristodemo Pinotti como pré-candidato do PFL perdeu força na última semana com a divulgação da pesquisa Datafolha de intenção de votos, domingo passado, e com o anúncio de uma possível aliança entre PDT, PSB e PMDB para enfrentar José Serra, Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP).
Alckmin chega hoje a São Paulo e já recebe um panorama das conversas entre os tucanos e os pefelistas realizadas na última semana. Passará também pelo governo do Estado o acerto final dos pontos da aliança, que deverá dar o posto de vice ao PFL. Com a coligação, o tempo de TV de Serra ultrapassará dez minutos.
Último entrave do acordo, o presidente pefelista, Jorge Bornhausen, entusiasta da candidatura de Pinotti, já emitiu sinais de que aceita o apoio a Serra, amparado na opinião do senador Marco Maciel (PE) e do vice-governador paulista, Cláudio Lembo, ambos pró-coligação.
Na pesquisa Datafolha, Serra aparece com 26% das intenções de voto, e Pinotti, com 4%.
Antes de a pré-candidatura de Serra ser lançada, no último dia 13, Bornhausen chegou a admitir a interlocutores que, se o candidato fosse o ex-senador, o apoio ao PSDB aconteceria naturalmente.
Gilberto Kassab, vice-presidente estadual do PFL, é apontado hoje como o nome mais provável a ocupar o cargo de vice. Mas o pefelista diz não ter interesse na vaga.
Outros cotados são os secretários de Estado Lars Grael (Juventude, Esporte e Lazer) e Alexandre de Moraes (Justiça), além do próprio Pinotti. Os dois secretários, no entanto, têm pouca sustentação partidária. Resta também acertar detalhes da participação do PFL em um eventual governo Serra.
Duas importantes coordenadorias da secretaria de Grael, por exemplo, reclamam os pefelistas, estão com o PSDB.
Oficialmente, o PFL aguardará seu programa de TV, que irá ao ar amanhã e no qual Pinotti será a principal estrela, para definir o apoio ao PSDB. Após a exibição do filmete, serão feitas pesquisas qualitativas. Os pefelistas avaliam que, mesmo com a aparição na TV, o resultado da sondagem servirá de argumento para Pinotti abandonar a disputa.
Em busca da candidatura própria, Pinotti deixou o PMDB e filiou-se ao PFL no ano passado. Já está em campanha pela periferia de São Paulo.
"Não me sinto pressionado pelo partido. Acho que há um assédio muito grande do PSDB, mas minha candidatura persiste", disse o deputado, que completou: "Se fosse um assédio com mais romantismo, eu talvez estivesse disposto a negociar".
Um dos coordenadores da campanha de Serra, o ex-deputado José Aníbal, disse que o entendimento entre PMDB, PSB e PDT "acelerou as negociações" dos tucanos. Amanhã, essas três legendas discutem a criação da Frente Alternativa para São Paulo.


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