São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Azeredo resiste e sugere Pimenta da Veiga em BH

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) resiste às pressões para ser o candidato tucano à Prefeitura de Belo Horizonte e enfrentar o prefeito petista Fernando Pimentel, que tentará a reeleição. Ele ainda não assume o "não" definitivo, mas cita argumentos que dão a entender que não embarcará nessa disputa.
Para aliviar a pressão que o PSDB exerce sobre ele, Azeredo adotou nos últimos dias uma estratégia: a de sugerir o nome de Pimenta da Veiga, ex-ministro das Comunicações do governo FHC. Apressou-se em levar o nome de Pimenta a Brasília. "Fiquei impressionado com a repercussão ao nome do Pimenta", disse ele à Agência Folha.
Pimenta estava esquecido, mas bastou o ex-ministro engrossar o coro pró-Azeredo para que as atenções se voltassem também para ele, a partir de uma sugestão do senador.
"O Pimenta está no mesmo perfil do Serra", disse Azeredo, referindo-se ao fato de o ex-ministro ser um dos tucanos de maior expressão do país e um nome "histórico" do PSDB -José Serra, também ex-ministro de FHC e tucano "histórico", aceitou concorrer à Prefeitura de São Paulo após pressão do partido. Mas Pimenta diz que não é ainda o momento de retornar à vida pública.
Os tucanos mineiros apostavam no efeito José Serra. O governador Aécio Neves (MG) foi o primeiro a dizer que esperava que a decisão de Serra de ir para a disputa contra o PT pudesse empolgar o senador mineiro.
Mas, ao contrário, Azeredo está buscando inspiração em Maceió (AL). O fato de o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) assumir de vez que não será candidato na capital alagoana é um dos argumentos que o tucano mineiro tem usado. "O Teotônio, como eu, está no início do mandato [de senador]", afirmou.
Azeredo argumenta ainda que ele é o único senador do PSDB da região Sudeste e que, se Serra vencer em São Paulo, ele assumirá a presidência nacional do partido, já que é o vice-presidente.
O "não" definitivo de Azeredo talvez ainda não tenha acontecido porque, segundo ele próprio, Aécio pediu para ele aguardar o seu retorno da Ásia. Aécio volta hoje (esteve na China e na Coréia), mas a decisão definitiva de Azeredo deverá ainda se prolongar por mais uns dez dias. "Continua tudo em banho-maria", disse.
Se o PSDB não tiver candidato próprio, a primeira opção colocada é o partido coligar-se com João Leite (PSB), secretário de Desenvolvimento Social e Esportes do governador mineiro.


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