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Lula decide gastar R$ 350 mi por ano com televisão pública
Chamada de "TV Brasil", cadeia terá quatro horas diárias de programação local
Um conselho composto por pessoas independentes do governo fiscalizaria a rede de TV, que teria autonomia e um orçamento plurianual
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que a rede
nacional pública de TV custará
R$ 350 milhões por ano.
Haverá um conselho que fiscalizará a diretoria. O conselho
terá de 15 a 20 integrantes, a
grande maioria de personalidades "independentes", nas palavras de um auxiliar presidencial, com mandato de três anos.
O governo deverá indicar
poucos integrantes desse conselho -estuda ainda o número.
O Planalto também indicará a
diretoria da rede pública de TV.
O governo chegou ao valor
anual de R$ 350 milhões após
se informar a respeito do custo
de operações das redes de TV
do país: essa cifra é o que a Rede
Bandeirantes gastaria anualmente. Estima-se que uma
operação como a da Rede Globo custaria R$ 5,5 bilhões.
A primeira previsão de gasto
com o projeto, divulgada pelo
ministro Hélio Costa (Comunicações), era de R$ 250 milhões
para os primeiros quatro anos.
Decidiu-se que a rede pública, chamada nas discussões internas do governo de "TV Brasil", terá quatro horas diárias de
programação de produtores independentes e outras quatro
horas de programação local.
O governo prepara agora as
medidas legais que pretende
apresentar a entidades da sociedade e ao Congresso no prazo de cerca de 60 dias. Nos conceitos, deverão constar claramente que a direção terá autonomia de gestão, subordinada a
avaliação do conselho.
Há dificuldades legais para
que parte do dinheiro do Fust
(Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações)
seja destinada à TV pública. Está mantida, porém, a intenção
de encontrar mecanismos que
garantam renda fixa para a TV a
fim de que o governo de plantão
não diminua seu orçamento.
Uma fórmula em estudo é a
possibilidade de estabelecer legalmente um modelo que permita a votação de um orçamento plurianual para a TV pública,
com obrigação de ser cumprido
à risca. Há ainda discussão para
encontrar fundos públicos que
já existem e que possam contribuir para o orçamento da rede.
A intenção do governo é votar no início do segundo semestre, em agosto, as medidas que
viabilizem a TV. Já há data para
o projeto ir ao ar: 2 de dezembro, início da transmissão do sinal da TV digital aberta no país.
O governo federal proporá
parcerias aos Estados com TVs
oficiais, como no caso da TV
Cultura (SP). O BNDES deve financiar a modernização de
equipamentos da rede, cujo
embrião será a união jurídica
da Radiobrás e da TVE.
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