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outro lado
Garotinho diz que ação da PF foi medida "covarde" e "política"
Em blog, ex-governador afirma que "não há nenhuma prova material de nenhum ilícito que tivesse sido praticado por" ele
DA SUCURSAL DO RIO
Em seu blog na internet, o ex-governador Anthony Garotinho escreveu ontem que "a covardia praticada contra minha
família não ficará sem resposta". Ele creditou à política a
ação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Garotinho definiu o cumprimento do mandado judicial de
busca e apreensão como uma
"medida covarde, que não tem
nenhuma sustentação", praticada por policiais federais e
procuradores da República.
"Não há nenhuma prova material de nenhum ilícito que tivesse sido praticado por mim. É
política. Tudo política", disse
ele na página eletrônica www.blogdogarotinho.com.br.
No texto, inserido no blog às
16h34, Garotinho destaca o fato de não ter sido apreendida
"nenhuma quantia em dinheiro, nenhuma arma, apenas uns
poucos objetos de uso pessoal e
da minha família".
"Levaram até a agenda do
motorista e uma conta de gás
da CEG [Companhia Estadual
de Gás]", escreveu ele, que não
quis dar entrevista à Folha, segundo sua assessoria.
Em entrevista a uma rádio
em Campos (280 km do Rio),
Garotinho disse que "quem
não deve não teme". "Não sei
nem do que se trata", afirmou.
Desde que acabou o governo
de sua mulher, Rosinha Matheus, em 31 de dezembro de
2006, Garotinho tem trabalhado em programas de rádio e
TV. Na rádio Manchete AM do
Rio, ele tem um programa diário de três horas. Na TV Band,
apresenta o "Palavra de Paz",
veiculado em rede nacional.
Defesa
Advogado de Garotinho, o
criminalista Sérgio Mazzillo
acrescentou itens ao material
levado pelos policiais da casa de
seu cliente: fotografias da família e uma escritura de imóvel
datada de 1950, época em que
nem o ex-governador nem Rosinha tinham nascido.
Mazzillo acompanhou a
maior parte das diligências,
chamado por Garotinho. Três
delegados e quatro agentes ficaram na casa de Garotinho e
Rosinha, em Laranjeiras (zona
sul), das 11h30 às 15h45.
"Quanto à defesa do governador, acho que é muito fácil. Ele
não é chefe de quadrilha, é homem de bem. Garotinho é um
político conhecido. Não enriqueceu à custa de sua atividade.
(...) A denúncia não me parece
substanciosa. (...) O governador
passou por um constrangimento intolerável. (...) Qual acusação que pesa contra ele?", perguntou o advogado.
Mazzillo ironizou o enquadramento de Garotinho por
formação de quadrilha armada.
"Meu cliente não consegue
usar uma atiradeira. Nunca segurou um revólver. (...) Ele não
é quadrilheiro, não é bandido,
não chefia quadrilha, muito
menos uma quadrilha armada,
porque ele não conhece armas.
A arma do meu cliente é a palavra, é o ato político, o que ele fez
a vida inteira. Ele só faz isso.
Ele só faz falar."
(SERGIO TORRES E SÉRGIO RANGEL)
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