São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2008

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outro lado

Garotinho diz que ação da PF foi medida "covarde" e "política"

Em blog, ex-governador afirma que "não há nenhuma prova material de nenhum ilícito que tivesse sido praticado por" ele

DA SUCURSAL DO RIO

Em seu blog na internet, o ex-governador Anthony Garotinho escreveu ontem que "a covardia praticada contra minha família não ficará sem resposta". Ele creditou à política a ação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Garotinho definiu o cumprimento do mandado judicial de busca e apreensão como uma "medida covarde, que não tem nenhuma sustentação", praticada por policiais federais e procuradores da República.
"Não há nenhuma prova material de nenhum ilícito que tivesse sido praticado por mim. É política. Tudo política", disse ele na página eletrônica www.blogdogarotinho.com.br.
No texto, inserido no blog às 16h34, Garotinho destaca o fato de não ter sido apreendida "nenhuma quantia em dinheiro, nenhuma arma, apenas uns poucos objetos de uso pessoal e da minha família".
"Levaram até a agenda do motorista e uma conta de gás da CEG [Companhia Estadual de Gás]", escreveu ele, que não quis dar entrevista à Folha, segundo sua assessoria.
Em entrevista a uma rádio em Campos (280 km do Rio), Garotinho disse que "quem não deve não teme". "Não sei nem do que se trata", afirmou.
Desde que acabou o governo de sua mulher, Rosinha Matheus, em 31 de dezembro de 2006, Garotinho tem trabalhado em programas de rádio e TV. Na rádio Manchete AM do Rio, ele tem um programa diário de três horas. Na TV Band, apresenta o "Palavra de Paz", veiculado em rede nacional.

Defesa
Advogado de Garotinho, o criminalista Sérgio Mazzillo acrescentou itens ao material levado pelos policiais da casa de seu cliente: fotografias da família e uma escritura de imóvel datada de 1950, época em que nem o ex-governador nem Rosinha tinham nascido.
Mazzillo acompanhou a maior parte das diligências, chamado por Garotinho. Três delegados e quatro agentes ficaram na casa de Garotinho e Rosinha, em Laranjeiras (zona sul), das 11h30 às 15h45.
"Quanto à defesa do governador, acho que é muito fácil. Ele não é chefe de quadrilha, é homem de bem. Garotinho é um político conhecido. Não enriqueceu à custa de sua atividade. (...) A denúncia não me parece substanciosa. (...) O governador passou por um constrangimento intolerável. (...) Qual acusação que pesa contra ele?", perguntou o advogado.
Mazzillo ironizou o enquadramento de Garotinho por formação de quadrilha armada.
"Meu cliente não consegue usar uma atiradeira. Nunca segurou um revólver. (...) Ele não é quadrilheiro, não é bandido, não chefia quadrilha, muito menos uma quadrilha armada, porque ele não conhece armas. A arma do meu cliente é a palavra, é o ato político, o que ele fez a vida inteira. Ele só faz isso. Ele só faz falar." (SERGIO TORRES E SÉRGIO RANGEL)


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