São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2008

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Justiça decide bloquear bens de Álvaro Lins

DA SUCURSAL DO RIO

Os bens que, segundo a Polícia Federal e a Procuradoria Regional da República no Rio pertencem ao deputado estadual Álvaro Lins, do PMDB, foram seqüestrados pela Justiça sob a acusação de terem sido comprados para lavagem de dinheiro.
A prisão do ex-chefe da polícia do Rio só foi possível porque a PF identificou flagrante de lavagem de dinheiro, que é crime inafiançável. Essa é a condição para ele, que tem foro privilegiado por ser deputado, ser preso.
Um dos advogados de Lins disse que desconhece todas as acusações que pesam contra o deputado. Segundo ele, Lins reagiu à prisão com tranqüilidade por ter certeza de sua inocência.
A PF aproveitou que a decisão judicial falava em "situação flagrancial" de lavagem de dinheiro e ocultação de bens para dar voz de prisão ao delegado, ao fim de cerca de duas horas e meia de busca e apreensão no apartamento onde vive, em Copacabana. Seu gabinete na Assembléia também foi alvo de busca e apreensão.
A conta do IPTU do apartamento está em nome da avó de Sissy; a de luz em seu nome; e a de internet em nome de um terceiro. Foram apreendidos ainda papéis relativos a uma casa em Itaipava (Petrópolis) em nome de outra pessoa, mas com IPTU e outras contas pagos por ele.
Nascido na Paraíba, Lins chegou criança ao Rio, onde foi morar em Bangu, bairro da zona oeste cuja contravenção era dominada pelo bicheiro Castor de Andrade, tio de Rogério Andrade e genro de Fernando Iggnácio.
Quando a fortaleza do jogo do bicho de Castor foi estourada, no início da década de 90, Lins -então oficial da PM- apareceu na "lista do bicho", com nomes e valores de propinas pagas a policiais.
Primeiro lugar em concurso para a PM e para delegado da Polícia Civil, trabalhou como oficial militar de 95 a 98 enquanto recorria à Justiça para entrar na Polícia Civil. Nomeado delegado em 98, virou chefe da corporação sob Garotinho em 2000.


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