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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
Pátria de chuteiras
A idéia foi do primeiro-ministro do Haiti, que disse à
Folha e depois ao "Financial Times", um mês atrás, quando o
Brasil enviou as primeiras tropas, que elas seriam "bem recebidas, ao contrário das americanas", mas que:
- Os brasileiros conseguiriam mais com um jogo de futebol do que usando a força.
Ele escalou Ronaldo, Kaká,
Cafu -e sugeriu que as entradas fossem armas, para ajudar
no desarmamento, uma das tarefas que a ONU determinou às
tropas brasileiras.
Passaram as semanas e surgiu
Ricardo Teixeira, presidente da
CBF, entusiasmado com a idéia.
Da Folha, ontem:
- Por trás da boa vontade da
CBF está a intenção de conseguir o empenho do governo brasileiro em questões relacionadas
ao futebol.
Ontem, foi a vez de Lula, em
reunião com Ricardo Teixeira.
Nas duas manchetes conjugadas
do Jornal da Band:
- A confiança no presidente
cai seis pontos. E Lula quer ver o
amistoso de Brasil e Haiti.
Então, todos de acordo. Para a
CBF, o ministro dos Esportes
anunciou estar pensando em
"três ações para melhorar a situação dos clubes", uma das
quais é aquela de sempre: uma
nova loteria.
Ela começaria já no segundo
semestre, com parte do dinheiro
destinado "ao pagamento das
dívidas dos clubes com a Previdência".
O anúncio do amistoso ecoou
em jornais pela América Latina,
como o argentino "La Nacion",
com destaque para a garantia de
Ricardo Teixeira -de que, "definitivamente, será a seleção
principal do Brasil", inclusive
Ronaldo, Kaká e Cafu.
DIÁRIOS DA CORTE
Para quem gosta, é possível seguir os "bastidores" de
Brasília em tempo real. Começou com o blog de Ricardo
Noblat. E na semana passada surgiu o blog de Jorge Bastos Moreno na Globo On Line. Deste, ontem:
- O Poder se reuniu para homenagear seu novo integrante, Nelson Jobim, presidente do STF. Foi na casa do
presidente da Câmara, João Paulo. Estavam os presidentes Lula, Sarney e Vidigal (STJ). Só amenidades.
Mas nem tanto. Lula teria eleito o ministro Luiz Furlan
"sua grande paixão no momento":
- A cada dia fico mais encantado com ele.
E assim vai. Antes, Moreno tratou do encontro rumoroso do presidente com José Dirceu, na sexta:
- Lula teria insinuado mandar o ministro mais cedo
para casa, não para ver novelas, mas navios.
Dias antes, Noblat falou da reunião anterior dos dois:
- Dirceu teve uma conversa séria com o presidente.
Disse que deixará o cargo antes das eleições. Confessa
aos mais íntimos que está "desencantado" com os rumos, principalmente a ortodoxia da política econômica.
Quem fala a verdade? Pouco importa, para Brasília e
seus personagens. O que interessa é a trama.
Apesar de você
O Senado não acerta nem
quando faz a coisa certa. Ontem
rejeitou a proposta da Câmara
que cortava menos vereadores
do que a Justiça Eleitoral havia
decidido. Mas, na manchete do
Jornal Nacional:
- Ótima notícia para a economia dos municípios brasileiros. O Senado não consegue derrubar a determinação da Justiça.
Mais de 8.000 vagas de vereadores são eliminadas.
Pedágios
Depois dos números estranhos em educação e do crescente endividamento de São Paulo,
o governador tucano Geraldo
Alckmin anunciou ontem por
um de seus secretários, segundo
a Jovem Pan:
- Pedágios ficam mais caros.
Alckmin está desovando todas
as más notícias de uma vez, bem
antes da eleição.
Brasil e Portugal
Depois da escolha de um espanhol para diretor-gerente do
FMI, chegou a vez de um português para presidente da Comissão Européia, como noticiou
ontem o JN.
O "Valor" de ontem dizia, em
título, que é mais uma "boa notícia para o Mercosul".
Otimismo
Saem hoje os juros americanos. Para Carlos Alberto Sardenberg, na CBN, "o efeito no
Brasil já ocorreu". Para Míriam
Leitão, "a elevação não significa
nada para a dívida brasileira". O
mercado concorda. Do site do
"Financial Times":
- Ações sobem no Brasil em
cima do otimismo de que Banco
Central americano fará um
aperto monetário modesto.
Ovos e farinha
Correu pelos jornais do meio-oeste americano a notícia de que
dois congressistas, um republicano de Minnesotta e uma democrata de Illinois, foram alvo
de ovos e farinha, na Uerj, no
Rio. O texto no "Chicago Sun-Times" descreveu os estudantes
como "uma turba de manifestantes antiamericanos".
Algodão lá e cá
Uma semana depois da reportagem sobre o temor dos fazendeiros de Minnesotta, de perder
mercado para o algodão brasileiro, o "New York Times" voltou ao tema. Foi até Ituverava,
para mostrar como vivem e trabalham os produtores de algodão por aqui. Do título:
- A grande fatia do Brasil no
algodão deve se tornar maior.
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