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Painel
Renata Lo Prete
painel@uol.com.br
Freio de arrumação
Mesmo antes de saber do novo Datafolha, que mostra estreitamento da vantagem de Lula sobre Alckmin, a Executiva do PT já havia decidido que, em reunião hoje, passará um recado aos mais entusiasmados: embora as pesquisas apontem que, a esta altura, o
presidente seria reeleito no primeiro turno, a campanha será montada com a perspectiva de realização do
segundo. Se Lula liquidar a fatura antes, ótimo. Do
contrário, o partido não quer ser pego de calça curta.
Em privado, petistas manifestam alguma preocupação com o tempo de TV de Alckmin, que será maior.
Dizem que, se Lula tivesse sido mais duro com o PSB,
"cobrando a fatura", a sigla teria entrado na aliança e
acrescido dois valiosos minutos diários à propaganda.
Sem prorrogação. O PT
decidiu não renovar o contrato, que vence agora em julho,
com o marqueteiro Edson
Barbosa. Edinho fez os programas do partido desde a
queda de Duda Mendonça, no
segundo semestre de 2005.
Boiada. Alckmin estará hoje
na abertura do festival de Parintins, maior festa folclórica
do Norte. Antes de confirmar
a agenda, sua assessoria se
certificou de que Lula não iria.
Aliados aconselham o tucano
a escolher o boi Caprichoso.
Os adeptos do Garantido teriam preferência pelo petista.
Cabo-de-guerra. Se Tasso
Jereissati tentar convencer o
PFL baiano a não atacar o
candidato tucano ao Senado,
Antonio Imbassahy, nos programas de TV estará pregando no deserto. Os pefelistas
também dizem que não aceitam compartilhar a agenda de
Alckmin com o PSDB local.
Entrelinhas. Na convenção de ontem do PFL baiano,
o nome de Imbassahy não foi
citado. Antonio Carlos Magalhães e Paulo Souto, porém, fizeram questão de condenar
os que chamaram de "traidores". E pediram votos para
Alckmin, em demonstração
de armistício temporário.
Bode. O deputado Jutahy
Jr., que nunca quis de verdade
lançar um nome tucano ao governo da Bahia, conseguiu,
com suas ameaças, obrigar o
arquiinimigo ACM a engolir a
candidatura do ex-pefelista
Imbassahy ao Senado.
Calendário. Aldo Rebelo
(PC do B-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) convocaram
café da manhã com líderes para terça a fim de decidir o que
é possível votar nas duas primeiras semanas de julho e como será o "esforço" concentrado de agosto e setembro.
Minimalista. Estudo pedido por Aldo à secretaria-geral
da Câmara mostra que, nas
eleições anteriores, a Casa
funcionou quatro dias em
agosto e dois em setembro. O
regime deve ser o mesmo agora. O único projeto que os deputados querem votar é o das
microempresas. No Senado,
se sair o Fundeb, já será lucro.
Sem pressa. Para fugir à
pressão dos senadores-candidatos, que buscam toda a exposição possível, Renan adiou
para depois das eleições o início das transmissões da TV
Senado em canais abertos.
Firme e forte. Severino
Cavalcanti (PP-PE), que renunciou à presidência da Câmara depois de revelado que
recebia "mensalinho" do concessionário de um restaurante na Casa, despachava ontem
no Ministério das Cidades.
Guizo. Parlamentares avaliam que a CPI dos Sanguessugas já terá sua instalação
justificada se avançar na apuração do envolvimento de
prefeituras e do MEC nas
fraudes em compra de ambulâncias. Assim, o desgaste não
seria apenas do Congresso.
Com licença. O relatório
da CPI das Armas, que seria
entregue na segunda se os trabalhos da comissão não tivessem sido prorrogados por 60
dias, deve recomendar, para
desagrado da OAB, a obrigatoriedade de revista de advogados que visitam presídios.
Tiroteio
"Sem querer, Lula deixou claro em seu discurso o
que espera dos pobres: que continuem pobres,
já que assim não dão trabalho."
Do líder da minoria na Câmara, JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL-BA), sobre
declaração do presidente da República, segundo quem os pobres querem "apenas um pouco de pão" e "não dão trabalho".
Contraponto
Bom prato
Durante visita ao Rio de Janeiro, o embaixador do Brasil em Cuba, Tilden Santiago, foi convidado a almoçar pelo correligionário Vladimir Palmeira. Candidato do PT ao
governo do Estado, ele escolheu um sofisticado restaurante de comida italiana. Finda a refeição, enquanto fumaram charutos, Palmeira observou distraidamente:
-Tilden, este almoço você paga, tudo bem?
Ao bater os olhos na conta, o embaixador levou um susto, mas foi acalmado por seu acompanhante.
-Fique tranqüilo. Eu pago o próximo.
Quando voltaram a se ver, Palmeira cumpriu o acordo.
Só que levou Santiago a um modesto restaurante natural.
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