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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Lembo troca gentilezas com Lula na "casa" de Alckmin
Tucanos vêem encontro no Palácio dos Bandeirantes como "provocação" de petistas
Governador e presidente participaram de cerimônia de anúncio de verbas federais para programas de habitação em 18 municípios
Raimundo Pacco/Folha Imagem
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes |
LILIAN CHRISTOFOLETTI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
Cláudio Lembo (PFL), abriu
ontem as portas do Palácio dos
Bandeirantes, ninho tucano de
1995 até três meses atrás, para
receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma comitiva petista.
A recepção, segundo a Folha
apurou, irritou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB),
hoje o principal adversário de
Lula na disputa presidencial.
Para tucanos, a confraternização foi uma "provocação" orquestrada pelo PT.
Com muitas trocas de afagos,
Lula e Lembo anunciaram o repasse federal de R$ 172 milhões para habitação em 18 municípios. O presidente disse
que partiu dele o pedido para
que o ato fosse realizado na sede do governo paulista.
Ao ser informado do evento,
Alckmin enviou emissários para tentar demover o governador. O líder do governo na Assembléia, Edson Aparecido
(PSDB), um dos homens fortes
de Alckmin, foi ontem ao palácio, conversou com Lembo e
saiu antes de Lula chegar.
"Podem estar certos, hoje
[ontem] é um momento muito
importante para a história do
Brasil", disse Lembo ao discursar. "É uma grande alegria receber meu grande amigo, o presidente Lula, a quem conheço
desde 1978."
Lula retribuiu com elogios.
"Cláudio [Lembo], eu também
considero importante o dia de
hoje. O nosso mandato está para terminar. Seria muito ruim
que terminasse e eu não pudesse te visitar no Palácio dos Bandeirantes. Também será muito
ruim que você não vá para Brasília. É importante mostrar que
dois seres de berços, formações
e concepções ideológicas diferentes podem ser amigos e
conviver democraticamente."
Inauguração
Ainda para descontentamento do PSDB, Lembo chamou
Lula para um evento no teatro
da faculdade de Medicina do
Hospital das Clínicas e, depois,
para a inauguração de um centro oncológico. Tucanos repetiam que Lula iria inaugurar
uma obra de Alckmin, já que o
governo federal não fez nenhum aporte específico para a
obra.
Lula foi até o complexo médico-hospitalar onde está o novo
centro, mas, sob pretexto de
não ferir a Lei Eleitoral, fez
apenas uma palestra no auditório do local. "A priori, me pediram para vir aqui inaugurar o
centro de oncologia e eu viria
mesmo se ele tivesse sido feito
por Antonio Carlos Magalhães
[senador do PFL-BA]. (...) Mas,
para evitar polêmicas em período em que tudo o que a gente
fazia antes sendo normalidade
virou anormal, eu prefiro me
despedir de vocês aqui", disse
Lula, ao discursar.
Antes de deixar São Paulo, o
presidente visitou o líder de seu
governo na Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), que está internado na UTI do Incor (Instituto do Coração). Chinaglia sofreu um acidente de carro na
quinta-feira passada, no interior do Estado. Com lesões nas
costelas e na bacia, o petista deve deixar a UTI amanhã.
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