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ANÁLISE
Lula evita conflitos com escolha
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao escolher o subprocurador-geral da República Roberto
Gurgel para suceder Antonio
Fernando Souza, o presidente
Lula não quebra a "tradição" de
respeitar a indicação dos membros do Ministério Público Federal e não abre espaço para interpretações indevidas -mantém a imagem de independência, pois escolhe o preferido de
quem ofereceu a denúncia do
mensalão, que atingiu membros de seu governo. Finalmente, não cria áreas de atrito com
o Supremo Tribunal Federal,
onde atua o PGR.
Gurgel, como se sabe, representa a continuidade do estilo
de Antonio Fernando. Tem liderança e forte apoio interno.
Não se imagina que venha a ter
desempenho diferente.
A votação obtida por Wagner
Gonçalves, muito próxima da
obtida por Gurgel, traduziria o
desejo de muitos procuradores
de rompimento com esse estilo
"bem-comportado".
Questionado, por exemplo,
se o STF extrapola ao adicionar
regulamentações em suas decisões, Gurgel disse que "o ideal é
que os Poderes da República
funcionem na harmonia prescrita na Constituição, sem
exorbitar suas atribuições".
Gonçalves já divergiu abertamente de Gilmar Mendes em
alguns episódios, inclusive
quando o presidente do STF
decidiu pela liberação do banqueiro Daniel Dantas.
Diante da atuação dinâmica
de Gilmar Mendes -trazendo o
Conselho Nacional de Justiça
para o centro do noticiário- o
MPF ficou "apagado". Em parte, atribui-se esse clima à atuação discreta de Antonio Fernando. Para muitos, a opção
Wagner Gonçalves poderia representar a recuperação de um
espaço perdido pelo MPF.
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