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CPI DO JUDICIÁRIO
Empresário Fábio Monteiro de Barros depõe sobre obra do fórum do TRT-SP
Luiz Estevão deve ser convocado
FLÁVIA DE LEON
da Sucursal de Brasília
O senador e empresário Luiz Estevão de Oliveira (PMDB-DF), dono do Grupo OK, deverá ser convocado para depor na CPI do Judiciário para explicar as operações
financeiras e empreendimentos
que mantém com o empresário Fábio Monteiro de Barros Filho e
suas empresas, principalmente a
Ikal Construções e a Incal Incorporações.
A convocação seria decidida em
sessão secreta ontem, após o depoimento de Monteiro de Barros,
que começou às 10h20 e foi suspenso às 19h20 para que os senadores participassem da sessão
conjunta do Congresso. Segundo
membros da CPI, o depoimento de
Estevão, pedido pelo senador José
Eduardo Dutra (PT-SE), seria
aprovado.
O Ministério Público investiga
irregularidades na construção do
Fórum Trabalhista de São Paulo,
obra que as empresas de Monteiro
de Barros ganharam sem ter nem
ao menos participado da licitação.
Questionado por Dutra sobre os
negócios que teria com o Grupo
OK, Monteiro de Barros não citou
procurações que a Ikal passou para
o Grupo OK para que recebesse as
verbas públicas de duas obras que
sua empreiteira mantinha em Pernambuco.
Depois de confrontado com as
cópias das procurações, Monteiro
de Barros disse que são garantias a
empréstimos que tem feito no
Banco OK desde o ano passado,
quando suas contas e bens foram
bloqueados por determinação do
Ministério Público de São Paulo.
"Então pelo menos nessa obra do
Dnocs (Adutora), a Ikal é uma laranja", afirmou Dutra. Também
foi encontrada procuração do OK
para um engenheiro da Ikal poder
movimentar recursos da Saemco.
Segundo Estevão, as procurações
são garantias dos empréstimos tomados por Monteiro de Barros.
"Essa procuração foi dada para
que, caso acontecesse de ficarem
impossibilitados de movimentar
suas contas, eles pudessem ter um
mínimo de recursos", disse Estevão. Ele afirmou que irá depor na
CPI, caso seja convocado.
Monteiro de Barros listou cinco
negócios entre suas empresas e as
de Estevão: construção do prédio
da Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília, compra e venda de
um terreno em Brasília, compra de
parte de um terreno em São Paulo,
atuação conjunta na construção
do terminal de cargas do porto do
Rio e compra da fazenda Agropecuária Reunidas.
Segundo Monteiro de Barros, a
fazenda já não pertence a Estevão.
Ele disse que comprou a parte do
senador e que o dinheiro foi usado
para quitar dívida da Saemco (empresa de Estevão) com o INSS.
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