CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com a inclusão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) na lista dos "fichas-sujas" da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), a candidata do PT na sucessão paulistana, Marta Suplicy (PT), evitou criticar o adversário, que havia explorado o fato de ela fazer parte da relação. A petista preferiu voltar à carga contra o levantamento. "Kassab na "lista suja" não muda minha avaliação sobre uma divulgação que considero equivocada", disse, por meio de sua assessoria.
Marta, que lidera as pesquisas de intenção de voto tecnicamente empatada com o tucano Geraldo Alckmin, tem evitado entrar em confronto com o prefeito, que está estacionado em terceiro. Na avaliação de sua coordenação de campanha, não interessa que Kassab se "desidrate" precocemente, porque ele partilha boa parte do voto antipetista com Alckmin, principal adversário da ex-prefeita.
A reação mais dura ficou por conta do presidente do PT paulistano, vereador José Américo. Ele afirmou que o prefeito deu "tiro no pé" ao tentar explorar a inclusão de Marta na lista. "O prefeito precisa se informar mais antes de dar um tiro no pé ao distribuir um panfleto que manipulava uma lista injusta e improvisada", disse Américo, que integra a coordenação da campanha petista à prefeitura.
Logo após a divulgação da lista, na semana passada, a campanha de Kassab distribuiu 120 mil panfletos intitulados "Sujou!", nos quais expunha a inclusão do nome da ex-prefeita no levantamento. Ontem, a Justiça Eleitoral mandou o DEM recolher o material.
Ontem, Marta participou de evento sobre políticas sociais ao lado do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e do presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Aproveitou para explorar o discurso segundo o qual sua eleição aproximará a cidade do governo Lula. "O Brasil está bombando e é responsabilidade da prefeitura ser parceira nesse processo."


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