São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO

TRE-RJ recusa ajuda da Força Nacional e diz não haver crise

Segundo Roberto Wider, presidente do tribunal, há apenas "problemas pontuais"

Em reunião de Wider com o secretário de Segurança Pública e o superintendente da PF no Rio, foi definida a criação de grupo de trabalho


SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) concluiu que não há crise no processo eleitoral do Rio, que as acusações de que tráfico de drogas e milícias impõem candidatos têm objetivos políticos e que, no momento, nem Força Nacional de Segurança Pública nem Exército deveriam ser convocados para atuar, de maneira extraordinária, na segurança da campanha.
Para tratar do tema, o presidente do TRE, Roberto Wider, se reuniu ontem, por quase três horas, com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e com o superintendente da PF no Estado, Jacinto Caetano.
Na reunião, segundo a Folha apurou, Wider falou do que considera manipulação política de episódios recentes da campanha, como a acusação de que quadrilhas de traficantes e milicianos impedem a visita de candidatos às comunidades que controlam, com exceção de seus preferidos. Segundo ele, o que tem ocorrido no Rio "são problemas pontuais", que não impedirão que a deste ano seja "a eleição mais bonita [da história] do Rio de Janeiro".
"Não podemos permitir que isso seja objeto de especulações políticas. (...) Nesse momento, muitas pessoas têm vontade de fazer isso -aproveitar o momento e fazer certa pirotecnia em relação a esse tema. Nós não vamos permitir isso", disse Wider após a reunião.
No encontro, o superintendente informou a Wider que já pediu à direção da PF o envio de reforço para o Rio, a fim de trabalhar no período eleitoral. Eles não disseram quantos policiais foram pedidos. Os primeiros devem chegar na semana que vem, segundo Caetano.
Em Brasília, hoje, o presidente do TRE se reunirá com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto. Wider dirá que não vê necessidade de "encher de Exército as ruas" do Rio.
"Nós precisamos de atuação de inteligência", afirmou ele, para quem o trabalho policial nas eleições não pode ser "de guerra". Isso porque, segundo o presidente do tribunal, "não estamos vivendo um Estado de exceção, continuamos dentro de um Estado de Direito".
"Só que temos irregularidades e essas irregularidades serão apuradas. A idéia não é de confronto", afirmou.
Ficou decidida a criação de grupo de trabalho que reunirá Justiça Eleitoral, Polícia Civil, PM e PF. Embora tenha exposto aversão à idéia de ter Exército e Força Nacional patrulhando o Rio, Wider afirmou ser necessária "atuação firme dos Poderes constituídos do Estado", já que "em certos lugares querem impor determinadas pessoas como candidatas".
Ficou decidido que o candidato que quiser fazer campanha em favela, e não se sentir seguro, deve contatar o grupo de trabalho para pedir apoio. "[As autoridades] vão dar esse apoio na medida em que analisarem que isso é coisa séria do candidato. (...) Tem muito candidato que faz isso porque quer aparecer", disse Wider.


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