São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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Conselho de Ética recebeu 11 acusações contra Sarney

Representações podem ser arquivadas por Paulo Duque

ADRIANO CEOLIN
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho de Ética do Senado já soma 11 pedidos de investigação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ontem o PSOL ingressou com a sua segunda representação, em que acusa o senador de quebrar o decoro parlamentar, o que pode resultar na cassação de mandato. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e Cristovam Buarque (PDT-DF) também apresentaram outras duas denúncias no conselho.
Segundo o PSOL, Sarney quebrou o decoro porque omitiu um imóvel da sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, usou indevidamente recursos públicos na Fundação José Sarney e mentiu ao prestar informações sobre a relação dele com a entidade. O senador nega todas as irregularidades.
Há cerca de um mês, o partido já havia feito uma representação contra Sarney e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), na qual os acusa de serem os principais responsáveis pelo uso de atos secretos.
Nos últimos 14 anos, 511 medidas administrativas deixaram de ser publicadas. Parentes de Sarney e correligionários de Renan, e de vários outros senadores, foram contratados e exonerados da Casa por meio desse mecanismo.
O presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney, tem poderes para arquivar as representações logo de início.
O PSDB também fez três representações contra o presidente do Senado. A primeira trata do uso irregular de recursos da Petrobras na Fundação Sarney, e a segunda, dos atos secretos. A terceira é sobre o fato de um neto de Sarney ter atuado no mercado de crédito consignado da Casa.
O partido seguiu os passos do líder da bancada tucana, Arthur Virgílio (AM), que já havia feito quatro denúncias formais relacionadas a irregularidades envolvendo Sarney.
Ontem, Virgílio assinou mais duas denúncias contra o presidente. A primeira refere-se ao fato de Sarney não ter pago impostos ao negociar terras na divisa de Goiás com o Distrito Federal, como informou a Folha ontem. A segunda é sobre o acesso a informações da Polícia Federal por meio de servidor que está cedido a ele. Como é denúncia individual e não representação partidária, o trâmite no Conselho de Ética é mais lento e ela pode gerar punição mais branda.
Anteontem, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), foi avisado por Renan de que o PMDB quer processo por quebra de decoro contra Virgílio. "Disse a Renan que era insensatez. Que ninguém ganha nada com isso", disse Guerra. "O que está em jogo são erros cometidos pelo Sarney."
As acusações que pensam contra o líder tucano são: pagar salário de um servidor que morava exterior e receber um empréstimo de US$ 10 mil do ex-diretor Agaciel Maia para pagar contas em viagem à França.


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