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Conselho de Ética recebeu 11 acusações contra Sarney
Representações podem ser arquivadas por Paulo Duque
ADRIANO CEOLIN
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética do Senado já soma 11 pedidos de investigação contra o presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ontem o PSOL ingressou
com a sua segunda representação, em que acusa o senador de
quebrar o decoro parlamentar,
o que pode resultar na cassação
de mandato. O líder do PSDB,
Arthur Virgílio (AM), e Cristovam Buarque (PDT-DF) também apresentaram outras duas
denúncias no conselho.
Segundo o PSOL, Sarney
quebrou o decoro porque omitiu um imóvel da sua declaração de bens à Justiça Eleitoral,
usou indevidamente recursos
públicos na Fundação José Sarney e mentiu ao prestar informações sobre a relação dele
com a entidade. O senador nega
todas as irregularidades.
Há cerca de um mês, o partido já havia feito uma representação contra Sarney e o líder do
PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), na qual os acusa
de serem os principais responsáveis pelo uso de atos secretos.
Nos últimos 14 anos, 511 medidas administrativas deixaram de ser publicadas. Parentes de Sarney e correligionários
de Renan, e de vários outros senadores, foram contratados e
exonerados da Casa por meio
desse mecanismo.
O presidente do Conselho de
Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney, tem poderes para arquivar as representações logo de início.
O PSDB também fez três representações contra o presidente do Senado. A primeira
trata do uso irregular de recursos da Petrobras na Fundação
Sarney, e a segunda, dos atos
secretos. A terceira é sobre o fato de um neto de Sarney ter
atuado no mercado de crédito
consignado da Casa.
O partido seguiu os passos do
líder da bancada tucana, Arthur
Virgílio (AM), que já havia feito
quatro denúncias formais relacionadas a irregularidades envolvendo Sarney.
Ontem, Virgílio assinou mais
duas denúncias contra o presidente. A primeira refere-se ao
fato de Sarney não ter pago impostos ao negociar terras na divisa de Goiás com o Distrito Federal, como informou a Folha
ontem. A segunda é sobre o
acesso a informações da Polícia
Federal por meio de servidor
que está cedido a ele. Como é
denúncia individual e não representação partidária, o trâmite no Conselho de Ética é
mais lento e ela pode gerar punição mais branda.
Anteontem, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra
(PE), foi avisado por Renan de
que o PMDB quer processo por
quebra de decoro contra Virgílio. "Disse a Renan que era insensatez. Que ninguém ganha
nada com isso", disse Guerra.
"O que está em jogo são erros
cometidos pelo Sarney."
As acusações que pensam
contra o líder tucano são: pagar
salário de um servidor que morava exterior e receber um empréstimo de US$ 10 mil do ex-diretor Agaciel Maia para pagar
contas em viagem à França.
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