São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

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Período uniu "milagre" e auge da repressão

DA REDAÇÃO

O governo do general Emílio Médici (1969-1974) marcou o auge da repressão aos adversários do regime. Os "anos de chumbo" começaram com a crise de dezembro de 1968, sob a gestão de Costa e Silva, que resultou na edição do AI-5, no fechamento do Congresso e na cassação de 345 políticos.
Costa e Silva sofreu um derrame em 1969 e foi afastado do cargo pelos ministros militares, que reabriram o Congresso em outubro para eleger Médici. Este assumiu com a oposição sob controle e fez poucas cassações: 13 deputados estaduais, dois prefeitos, 11 vereadores.
Na época, a economia estava em franca expansão. É o período do "milagre" e das grandes obras (ponte Rio-Niterói, Transamazônica): 9,5% de crescimento do PIB em 1969, 10,4% em 1970, 11,34% em 1971, 11,94% em 1972, 13,97% em 1973. A expansão aliviou as tensões e ampliou o apoio social ao regime, que em 1970 obteve uma grande vitória eleitoral.
Médici também intensificou o combate aos grupos guerrilheiros, que tinham ampliado suas ações após o desmantelamento das organizações civis. Mediante a tortura, o aparelho militar liquidou a guerrilha urbana em 1972 e a guerrilha rural do Araguaia em 1974.
A expansão econômica, porém, esbarrou na falta de matérias-primas e bens de produção, elevando a inflação. O governo de Ernesto Geisel implantou um ambicioso plano de investimentos, custeados por empréstimos externos, para eliminar esses gargalos. Essa estratégia elevou bastante a dívida externa e a inflação, conduzindo à crise de 1981-1983, que acelerou o fim do regime.



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