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COSTURA POLÍTICA
Audiência no Planalto foi a primeira desde a posse do petista
Lula recebe ACM para discutir apoio
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva recebeu o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA), em
audiência reservada no Planalto,
pela primeira vez desde a posse.
Lula tem dois objetivos. Primeiro, obter mais apoio no Senado
para aprovar projetos de interesse
do governo. Segundo, um alinhamento mais forte com a ala pefelista comandada por ACM, o que
pode até resultar na distribuição
de cargos para carlistas. Ainda
não se fala em ministérios.
A reunião de Lula com ACM
rompeu uma das últimas barreiras formais do PT com um antigo
rival -uma vez que o baiano já
ajudava o Planalto no Congresso.
O governo Lula também já está
próximo de congressistas historicamente classificados como de
centro-direita ou de direita.
A aproximação com ACM será
mais explícita no período pós-eleitoral. É necessário esse cuidado porque o carlismo é o maior rival do petismo na Bahia. Se houver distribuição de cargos, isso
deve ocorrer após a reforma ministerial, programada para algum
momento no período que vai de
novembro até março de 2005.
Noticiado pela "Veja" desta semana, o encontro entre Lula e
ACM na quinta-feira foi das 20h15
às 21h45. Também estavam no
gabinete presidencial dois dos
maiores fiadores do baiano dentro do governo: os ministros José
Dirceu (Casa Civil) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça). Dirceu freqüenta a casa de ACM com assiduidade. Thomaz Bastos foi advogado do pefelista no passado.
O encontro não foi secreto. Vários ministros viram ACM no Planalto. Na conversa, Lula e o senador se trataram por senhor. No
dia seguinte, o presidente comentou ter ficado bem impressionado. "Achei o ACM em forma."
O senador vinha se queixando
que ajudava o Planalto, mas que
não recebia nada em troca. Seu
comportamento estava ambíguo.
Por exemplo, foi um dos articuladores da derrota da MP do salário
mínimo no Senado. O governo
começou a reverter o mal-estar
com ACM ao sinalizar que não faria força pela eleição do deputado
Nelson Pellegrino (PT-BA) a prefeito de Salvador. Com a reunião
de quinta, iniciou-se uma possível
aliança futura mais orgânica.
A preocupação de Lula é que a
base no Senado seja mais estável.
ACM será um dos articuladores
governistas na Casa, comandando o que é chamado entre os petistas de "PFL do B" -já que a direção pefelista é anti-Lula.
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