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Atriz estreou no cinema em 1947
SÉRGIO COELHO
CRÍTICO DA FOLHA
Filha de general, formada
em educação física e dona de
uma beleza marcante, Tônia
Carrero nunca se contentou
com o muito que tinha. Decidida a se arriscar enquanto
atriz, foi estudar na França.
Estreou no cinema em 1947,
no filme "Querida Suzana",
de Alberto Pieralisi, e no teatro em 1949, em "Um Deus
Dormiu lá em Casa", na
companhia de Fernando de
Barros, junto a Ziembinski e
Paulo Autran, que viria a ser
seu parceiro constante.
Agarrando-se apaixonadamente ao posto de primeira-dama do teatro -que o
diga Cacilda Becker, de
quem tirou Adolfo Celi, primeiro diretor do Teatro Brasileiro de Comédia, para
fundar a sua companhia Celi
Tônia Autran-, ela nunca
deixou, no entanto, a vaidade levá-la ao superficial. Prova disso é o empenho que
mostrou ao lutar por "Navalha na Carne", texto do
"maldito" Plínio Marcos, em
cuja montagem fazia o papel
de Neusa Sueli, uma prostituta decandente, sem perder
o glamour. Com passagens
marcantes no cinema ("Tico
Tico no Fubá" é o mais lembrado) e na TV, nunca hesitou em endossar o trabalho
de diretores jovens, como
Gerald Thomas em "Quartett" e Élcio Nogueira em "O
Jardim das Cerejeiras".
Seu último sucesso foi "A
Visita da Velha Senhora"
(que estreou em 2002), no
papel da todo-poderosa Clara Zahanassian, para o qual
se sentia despreparada em
1960, no auge de sua companhia, mesmo que instigada
por Celi e Autran. Só o fez
quando se sentiu à altura,
depois de mais 40 anos de
prática constante -o que
não diz pouco sobre a seriedade com que encara a sua
profissão.
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