São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2004

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Atriz estreou no cinema em 1947

SÉRGIO COELHO
CRÍTICO DA FOLHA

Filha de general, formada em educação física e dona de uma beleza marcante, Tônia Carrero nunca se contentou com o muito que tinha. Decidida a se arriscar enquanto atriz, foi estudar na França. Estreou no cinema em 1947, no filme "Querida Suzana", de Alberto Pieralisi, e no teatro em 1949, em "Um Deus Dormiu lá em Casa", na companhia de Fernando de Barros, junto a Ziembinski e Paulo Autran, que viria a ser seu parceiro constante.
Agarrando-se apaixonadamente ao posto de primeira-dama do teatro -que o diga Cacilda Becker, de quem tirou Adolfo Celi, primeiro diretor do Teatro Brasileiro de Comédia, para fundar a sua companhia Celi Tônia Autran-, ela nunca deixou, no entanto, a vaidade levá-la ao superficial. Prova disso é o empenho que mostrou ao lutar por "Navalha na Carne", texto do "maldito" Plínio Marcos, em cuja montagem fazia o papel de Neusa Sueli, uma prostituta decandente, sem perder o glamour. Com passagens marcantes no cinema ("Tico Tico no Fubá" é o mais lembrado) e na TV, nunca hesitou em endossar o trabalho de diretores jovens, como Gerald Thomas em "Quartett" e Élcio Nogueira em "O Jardim das Cerejeiras".
Seu último sucesso foi "A Visita da Velha Senhora" (que estreou em 2002), no papel da todo-poderosa Clara Zahanassian, para o qual se sentia despreparada em 1960, no auge de sua companhia, mesmo que instigada por Celi e Autran. Só o fez quando se sentiu à altura, depois de mais 40 anos de prática constante -o que não diz pouco sobre a seriedade com que encara a sua profissão.


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