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PFL pede contratação de auditoria
externa para analisar dados de CPIs
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL vai propor hoje ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a contratação de
uma auditoria independente para
analisar os sigilos bancários e as
notas fiscais em poder das CPIs.
No momento em que as Comissões Parlamentares de Inquérito
correm o risco de desandar por
causa da competição entre seus
integrantes, a proposta da oposição é uma tentativa de acelerar os
trabalhos. Três CPIs em andamento (Correios, Mensalão e Bingos) já tinham aprovado requerimentos para ouvir 220 pessoas.
Em quase três meses de funcionamento, só a CPI dos Correios
aprovou até agora 61 quebras de
sigilo bancário, fiscal e telefônico,
a do Mensalão, cerca de 80, e a dos
Bingos, 34. As comissões ainda
têm de analisar notas fiscais emitidas pelas empresas do publicitário Marcos Valério de Souza para
verificar se os serviços foram efetivamente prestados. Essa pode
ser uma das origens do dinheiro
que irrigou o "caixa dois" do PT.
"Vamos pedir a contratação de
uma empresa especializada para
agilizar. Está demorando muito a
análise desses documentos. É flagrante que essa é a perna manca
do processo", disse o líder do PFL,
senador José Agripino (RN).
O presidente do Senado já se colocou à disposição para contratar
uma auditoria independente, mas
isso dependerá de consulta aos
governistas. Hoje as CPIs contam
com técnicos do TCU (Tribunal
de Contas da União) e do Banco
Central. Os parlamentares reclamam porém da suposta falta de
colaboração do Banco do Brasil,
do Banco Rural e do BMG no envio de informações. Eles também
têm dificuldades em destrinchar
os documentos, que estariam em
bases de dados diferentes.
A contratação de uma auditoria
independente, porém, não agrada
a todos. "Não tenho tranqüilidade
para pegar uma fiscalização externa. Acho muito temerário", afirmou um dos sub-relatores da CPI
dos Correios, deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP). A proposta
da oposição é que a empresa particular e os técnicos do TCU e do
BC trabalhem em conjunto.
O presidente do Senado reúne
hoje os presidentes e os relatores
das CPIs para tentar ordenar os
trabalhos. As CPIs aprovaram requerimentos iguais na semana
passada, como a convocação do
doleiro Toninho da Barcelona e
do banqueiro Daniel Dantas.
Renan e algumas lideranças temem que o clima de confusão
criado entre as CPIs prejudique as
investigações. A principal disputa
tem sido por depoimentos que
despertem o interesse da opinião
pública e sirvam de palanque para
os integrantes das comissões.
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