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Renúncia expõe "crise brutal", afirma Pomar
DA REDAÇÃO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Candidatos da esquerda do PT à
presidência do partido divergiram sobre a decisão de Tarso
Genro em abandonar sua candidatura, mas fizeram coro nas críticas ao Campo Majoritário, ao
qual consideram em crise e inapto
a continuar comandando a sigla.
Candidato pela Articulação de
Esquerda, o atual terceiro vice-presidente do PT, Valter Pomar,
disse ontem à Folha que o "fracasso de Tarso expõe a crise brutal
do Campo Majoritário", do qual,
ainda que negue, Tarso sempre
teria feito parte, segundo Pomar.
"Não bastasse a linha política
deles e o fato de importantes dirigentes deles estarem sob fortes
acusações, o Campo Majoritário
não tem unidade interna sobre
como enfrentar a crise. Logo, para
o bem do PT, não podem ganhar
[as eleições internas]."
A deputada Maria do Rosário,
endossa a opinião de Pomar. Em
nota divulgada ontem, a moderada diz que a saída de Tarso "expõe
o partido publicamente" e que "o
Campo Majoritário revela não ter
mais condições para dirigir o PT."
Para Raul Pont (RS), da Democracia Socialista, Tarso agiu corretamente em não aceitar ser candidato da mesma chapa que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, mas diz que a fratura no
Campo Majoritário é preocupante: "A renúncia de Tarso demonstra que pessoas como José Dirceu
e Delúbio [Soares, ex-tesoureiro
do partido] não só não foram
afastados do PT como continuam
controlando o Campo Majoritário. Essa situação é extremamente
prejudicial ao partido", disse, em
carta entregue ontem a Tarso.
Dentre esses candidatos, Pomar
foi o único a criticar a atitude e a
gestão do atual presidente do PT.
Pomar questiona a tentativa de
Tarso de formar o que entende ser
uma "renovação conservadora"
no partido, para expurgar alguns
membros mas manter as políticas
defendidas pelo Campo Majoritário, que, segundo ele, "levaram o
PT a esta crise brutal".
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