São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

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RUMO A 2006

Bresser-Pereira afirma que Serra vencerá as eleições; Perillo dá apoio a Alckmin

DA REPORTAGEM LOCAL

No mesmo dia em que o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira afirmou que José Serra deve ser o próximo presidente do Brasil, o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) deu um empurrão na pré-candidatura do governador Geraldo Alckmin -o principal oponente do prefeito de São Paulo na disputa interna tucana.
Em evento no metrô de São Paulo, o governador de Goiás fez elogios a Alckmin: "Percebo entre todas as ações e atitudes do governador de São Paulo o que eu gostaria de estar vendo no Brasil. Aqui em São Paulo há um projeto sendo desenvolvido. (...) O Brasil precisa conhecer melhor sua gestão, seu talento e seu trabalho. Conte com seu amigo".
Também tucano, Bresser-Pereira foi explícito: "Em qualquer hipótese, com ou sem impeachment, a probabilidade é que o próximo presidente seja José Serra", afirmou o ex-ministro da Administração e de Ciência e Tecnologia dos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Bresser-Pereira participou ontem de seminário sobre democracia e globalização do Clube de Roma -grupo internacional de pensadores fundado em 1968, do qual faz parte FHC. O "think tank" anunciou ontem na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) sua presença formal no Brasil.
Para o ex-ministro, já está garantida para a oposição -leia-se o PSDB- a eleição de 2006. "Não interessa à oposição fazer o impeachment porque ela vai ganhar as eleições daqui a um ano."
O ex-ministro descartou uma luta fratricida no PSDB porque as pesquisas "serão o termômetro". "O que se vai fazer é olhar as pesquisas eleitorais. Se tiver alguém bem na frente, esse será o escolhido e acabou." Nas últimas sondagens, Serra é o tucano mais bem colocado, seguido de Alckmin.

Fator PFL
Bresser-Pereira defendeu que o PSDB é um "partido de centro-esquerda" e que deve concorrer com "chapa pura" em 2006, sem ceder a vaga de vice ao PFL. Assim, afirma, o partido poderá ocupar "o vácuo da esquerda moderada e responsável" deixado pela crise petista: "Não tenho nada contra o PFL. É um partido bom, mas o PSDB poderá ser mais íntegro, terá um programa mais claro, se for sozinho".
Pela manhã, em evento para o agronegócio, Alckmin discursou como candidato e não quis falar de eleição, mas fez um afago em outro presidenciável, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), hoje menos cotado.
Ao comentar um suposto assédio do PMDB a Aécio, disse: "Que muitos partidos possam namorar Aécio não tenho dúvida. Mas não tenho dúvida de que ele vai ficar [no PSDB]. O Aécio é de plumagem tucana extraordinária, pode ser um candidato pelo PSDB no ano que vem".
Serra é o único dos possíveis candidatos tucanos que poderia derrotar Lula na eleição do ano que vem, diz o Datafolha. De acordo com pesquisa divulgada em 12 de agosto, o prefeito teria 48% das intenções de voto, contra 39% de Lula. No cenário com Alckmin, Lula venceria o segundo turno por 45% a 35%. (FLÁVIA MARREIRO E ALENCAR IZIDORO)

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