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RUMO A 2006
Bresser-Pereira afirma que Serra vencerá as eleições; Perillo dá apoio a Alckmin
DA REPORTAGEM LOCAL
No mesmo dia em que o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira
afirmou que José Serra deve ser o
próximo presidente do Brasil, o
governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) deu um empurrão na
pré-candidatura do governador
Geraldo Alckmin -o principal
oponente do prefeito de São Paulo na disputa interna tucana.
Em evento no metrô de São
Paulo, o governador de Goiás fez
elogios a Alckmin: "Percebo entre
todas as ações e atitudes do governador de São Paulo o que eu gostaria de estar vendo no Brasil.
Aqui em São Paulo há um projeto
sendo desenvolvido. (...) O Brasil
precisa conhecer melhor sua gestão, seu talento e seu trabalho.
Conte com seu amigo".
Também tucano, Bresser-Pereira foi explícito: "Em qualquer hipótese, com ou sem impeachment, a probabilidade é que o
próximo presidente seja José Serra", afirmou o ex-ministro da Administração e de Ciência e Tecnologia dos governos Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002).
Bresser-Pereira participou ontem de seminário sobre democracia e globalização do Clube de Roma -grupo internacional de
pensadores fundado em 1968, do
qual faz parte FHC. O "think
tank" anunciou ontem na Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) sua presença
formal no Brasil.
Para o ex-ministro, já está garantida para a oposição -leia-se
o PSDB- a eleição de 2006. "Não
interessa à oposição fazer o impeachment porque ela vai ganhar
as eleições daqui a um ano."
O ex-ministro descartou uma
luta fratricida no PSDB porque as
pesquisas "serão o termômetro".
"O que se vai fazer é olhar as pesquisas eleitorais. Se tiver alguém
bem na frente, esse será o escolhido e acabou." Nas últimas sondagens, Serra é o tucano mais bem
colocado, seguido de Alckmin.
Fator PFL
Bresser-Pereira defendeu que o
PSDB é um "partido de centro-esquerda" e que deve concorrer
com "chapa pura" em 2006, sem
ceder a vaga de vice ao PFL. Assim, afirma, o partido poderá
ocupar "o vácuo da esquerda moderada e responsável" deixado
pela crise petista: "Não tenho nada contra o PFL. É um partido
bom, mas o PSDB poderá ser
mais íntegro, terá um programa
mais claro, se for sozinho".
Pela manhã, em evento para o
agronegócio, Alckmin discursou
como candidato e não quis falar
de eleição, mas fez um afago em
outro presidenciável, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves
(PSDB), hoje menos cotado.
Ao comentar um suposto assédio do PMDB a Aécio, disse: "Que
muitos partidos possam namorar
Aécio não tenho dúvida. Mas não
tenho dúvida de que ele vai ficar
[no PSDB]. O Aécio é de plumagem tucana extraordinária, pode
ser um candidato pelo PSDB no
ano que vem".
Serra é o único dos possíveis
candidatos tucanos que poderia
derrotar Lula na eleição do ano
que vem, diz o Datafolha. De
acordo com pesquisa divulgada
em 12 de agosto, o prefeito teria
48% das intenções de voto, contra
39% de Lula. No cenário com
Alckmin, Lula venceria o segundo
turno por 45% a 35%.
(FLÁVIA MARREIRO E ALENCAR IZIDORO)
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