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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
O duelo
Sobrou para Paulo Paim
responder à pergunta do dia
na Globo News:
- A questão não é vitória de
José Dirceu ou derrota de Tarso.
Para quem conhece o partido,
no momento em que coloca "eu
ou ele" você cria um corpo de
solidariedade mais pró-Dirceu
que pró-Tarso.
Em resumo, sim, foi vitória de
Zeca Diabo.
Nas manchetes do "Jornal da
Record", "Tarso perde a disputa
com Dirceu". Nas manchetes do
"Jornal Nacional", "Tarso perde
o duelo com Dirceu".
O ainda presidente do PT saiu
atirando, na coletiva:
- Eu nunca integrei a antiga
maioria, eu nunca participei de
reunião ou apoiei a hegemonia
anterior. Eu não me sentiria
confortável como candidato da
direção anterior.
Entre elogios às "minorias" do
partido e críticas à "maioria
quantitativa", Tarso se recusou
a apoiar Ricardo Berzoini, que
ocupou a vaga.
E o próprio Berzoini, o rosto
fechado, disse apenas:
- Havia uma divergência
[com Tarso]. A condição de
continuar ou não em função de
Dirceu não me parece uma
questão tão central.
De bate-pronto, Valter Pomar,
da esquerda, surgiu no "SBT
Brasil" lembrando que Berzoini
fez as reformas previdenciária e
sindical, tão atacadas. E Paim,
beirando a ironia:
- Eu tenho que admitir que é
um homem que tem assumido
pegar o touro à unha. Meus
cumprimentos.
Enquanto a esquerda petista,
de Raul Pont na Folha Online a
Dr. Rosinha no Globo Online,
saudava as chances crescentes
contra a "antiga maioria", o PT
sofria as "primeiras baixas", no
destaque do SBT.
Sai enfim Cristóvam Buarque,
para PPS ou PDT, segundo os
blogs, e para uma campanha de
preparação para 2010. E sai um
deputado da esquerda carioca,
que ganhou seus 15 segundos no
"Jornal da Band".
Mas nem todos viram a troca
com maus olhos, pelo contrário.
Entre vários outros, o moderado
Paulo Delgado saiu declarando
que "Tarso preferiu a opinião
pública à militância".
O "Valor" fez entrevistas com
os mais cotados da esquerda na
eleição petista, Plínio de Arruda
Sampaio e Pomar.
Para além das mudanças na
economia, os dois concordaram
que o PT "corre o risco de virar
um PMDB", limitado hoje em
dia a "figuras isoladas" na defesa
da "transformação".
E com Orestes Quércia em vez
de José Dirceu.
Registre-se que o senador
Eduardo Suplicy, que ao lado de
Frei Betto e Oded Grajew apóia
Arruda Sampaio, fez um apelo a
Dirceu: que ele desista.
Segundo o "JN", Zeca Diabo
nem respondeu.
E NO PSDB...
FHC surgiu na Band, Folha Online e por todo lado para
exortar o PT a "salvar a própria história". E para registrar
que, no caso do mineiro Eduardo Azeredo, "o PSDB não
estava envolvido como partido".
Geraldo Alckmin foi em outra linha, sobre os tucanos
mineiros. Declarou a CBN e Jovem Pan que Aécio Neves
não deverá deixar a legenda.
É que o "Valor" noticiou que andaram visitando Aécio
"dezenas de lideranças políticas de diferentes partidos",
do PMDB ao PSB, de Ciro Gomes a Renan Calheiros e
Michel Temer. Dele, sobre a candidatura:
- Não coloco como projeto pessoal.
Três meses
O "JN", que reclama das CPIs
desde a semana passada, deu
manchete do furacão nos EUA,
submanchete de um ciclone no
Brasil e só então foi lembrar de
Roberto Jefferson.
E o "SBT Brasil" já abriu sua
escalada no ataque, "Três meses,
muitas denúncias -e sabe
quantos processos de cassação
foram abertos? Quatro".
Procuradores
Curiosamente, a polícia de SP
questionou o Ministério Público
de SP em pleno "JN", sobre os
supostos indícios de que Santo
André não é crime comum.
Mas os promotores paulistas
ganharam um apoio inusitado,
ao menos sobre Ribeirão Preto,
do procurador federal Luiz
Francisco. Ele mesmo, falando
ao site Nomínimo.
POR JEAN CHARLES
Sem prioridade no Brasil, que só agora arrisca acordar
do escândalo, a execução do brasileiro já ameaça deixar a
cena também na mídia britânica.
Mas ele se tornou símbolo de campanha política por lá,
o que deve manter parte da pressão. A campanha tem até
blog, como mostrou o brasileiro Blue Bus. O Justice4Jean
ou justiça para Jean (logotipo acima) foi lançado semana
passada com as bandeiras de buscar a verdade, punir os
responsáveis e "lutar contra a onda de racismo e ataques
às liberdades civis".
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