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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula fala em parceria; programa, em conflito
Presidente diz que conversará pessoalmente com todos os partidos em caso de reeleição; documento lançado por ele ataca direita
Proposta de governo de petista diz que eleições deste ano, "mais do que quaisquer outras", opõem dois blocos ideológicos
Fernando Donasci/Folha Imagem
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, discursa durante evento de lançamento de programa de governo no hotel Blue Tree Towers, na zona sul da cidade de São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou ontem um
tom conciliador ao apresentar
o programa de governo para
um segundo mandato e disse
que é preciso "arrumar parceiros" para aprovar projetos importantes e "levar em conta a
correlação de forças no Congresso Nacional e nos movimentos sociais".
O documento lançado ontem
pelo presidente, porém, ataca a
oposição ao dizer que as eleições serão marcadas por "um
conflito político-ideológico"
entre um "bloco conservador"
e "forças progressistas comprometidas com um projeto nacional de desenvolvimento".
Após o lançamento do programa, Lula afirmou que pretende, "pessoalmente", conversar com todos os partidos políticos. "Pretendo conversar não
só para fazer aliança, mas para
a gente discutir os projetos importantes para o Brasil. Para
discutir as coisas que não podem ter a estupidez de alguém
querer prejudicar porque é um
projeto do presidente Lula."
O presidente disse ainda que
"muita gente trabalhou intensamente" para que ele não tivesse condições de disputar a
eleição. "Ao ser eleito, vamos
ter uma vida nova. Vamos ter
novos deputados, e vamos poder estabelecer nova relação."
Ele defendeu o respeito na
política. "A gente não faz política com quem a gente gosta
sempre. Na política, você precisa conviver com a diversidade."
O seu programa, porém, não
poupou ataques ao PSDB. "O
projeto real da oposição é o de
voltar à era FHC: redução dos
investimentos sociais, retomada das privatizações, retrocesso
democrático e submissão no
plano internacional".
Ao mencionar sua proximidade com o povo, Lula disse que
a amizade é o que mais preza:
"Ninguém deixará de ser meu
amigo porque cometeu um erro. Ninguém deixará de ser
meu amigo porque ficou desempregado. E muito menos
alguém deixará de ser meu
amigo porque eu virei presidente da República".
Lula disse estar convencido
de que o país está preparado
para as mudanças. "O que me
conforta é que há alguns anos
eu estava visitando Cuba e perguntei para o Fidel [Castro] como estava a construção do socialismo e ele me disse: "Es un
proceso, camarada Lula'".
(MALU DELGADO E FÁBIO ZANINI)
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