São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Escândalo do mensalão não é mencionado

EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL

O "mensalão" foi o grande ausente do programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ao abordar a crise política que atingiu o governo federal no ano passado, o documento adota a tática de atacar para se defender. E afasta completamente qualquer possibilidade de um mea culpa.
Sobram ataques aos tucanos, que não teriam "autoridade moral" para tocar no assunto. "Como podem falar em ética os autores da privataria que entregou grande parte das empresas estatais em processos marcados por graves denúncias de irregularidades?", afirma o documento divulgado ontem, em seu trecho mais forte. "Que autoridades têm aqueles que engavetaram denúncias na Justiça ou deixaram de investigá-las em dezenas de CPIs abafadas na Câmara, Senado e Assembléia Legislativa de São Paulo?"
Em seu discurso, Lula prometeu investigar denúncias de corrupção. "No meu governo é assim, não tem lixo embaixo do tapete, doa a quem doer. Varrer é de verdade. Vamos apurar, prender quando tiver que prender, inocentar quando for inocente, culpar quando for culpado", afirmou o presidente.
Mesmo sem tocar na crise do "mensalão", o programa do petista promete "transparência e combate à corrupção" nos próximos quatro anos. Uma série de medidas genéricas são elencadas para que esse objetivo seja alcançado, como fortalecer a Controladoria Geral da União, aperfeiçoar mecanismos para coibir a lavagem de dinheiro e promover a análise sistemática da evolução patrimonial de agentes públicos.
A aliança de tucanos e pefelistas que governou o país entre os anos de 1995 a 2002 é responsabilizada por ter "generalizado a corrupção", na análise dos petistas.


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