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CPI notificará senador do PSDB e mais 2 deputados
Empresário da Planam acusou grupo de envolvimento com máfia dos sanguessugas
Senador Antero Paes de Barros e deputados Salvador Zimbaldi (PSB) e Philemon Rodrigues (PTB) vão ter de apresentar defesas à CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Sanguessugas decidiu ontem investigar oficialmente mais três parlamentares
suspeitos de participação na
máfia das ambulâncias superfaturadas. Foram expedidas
notificações para que o senador
Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e os deputados federais
Salvador Zimbaldi (PSB-SP) e
Philemon Rodrigues (PTB-PB)
apresentem suas defesas.
A CPI já pediu a cassação do
mandato de 72 parlamentares.
A depender das investigações,
os três novos nomes podem ser
incluídos na lista dos "cassáveis" que sofrem processo. "Há
elementos para que eles sejam
investigados. Agora precisamos
fazer o exame das provas apresentadas", disse o deputado
Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), presidente da CPI.
Juiz interino do caso da máfia das ambulâncias, Cesar Bandeira encaminhou documentos
apresentados na semana passada por Otto Medeiros de Azevedo Júnior, advogado de Luiz
Antonio Trevisan Vedoin, um
dos sócios da Planam, a empresa que encabeçava o esquema.
Contra o senador Antero pesa, principalmente, a entrevista
de Luiz Antonio Vedoin dizendo que ele recebeu, por intermédio do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), propina por
ter supostamente direcionado
verbas federais para que a Planam vendesse ambulâncias superfaturadas a prefeituras do
Estado de Mato Grosso.
"Vou apresentar a minha defesa hoje [ontem] mesmo, não
há nada, absolutamente nada
de concreto contra mim", afirmou Antero. Ele acusou a CPI
de fazer uso político do caso.
Contra Philemon há a acusação de Luiz Antonio e de seu
pai, Darci Vedoin, segundo a
qual ele teria um acerto com a
quadrilha. Darci diz ter orientado um funcionário a pagar ao
deputado, a título de comissão,
"não mais que R$ 15 mil". Ele
nega participação no esquema.
Já contra Zimbaldi, a acusação é que o deputado teria pedido como contrapartida ao direcionamento de verbas que a
Planam repassasse um microônibus médico para a Fundação
João Paulo 2º, que dá assistência médica e odontológica no
posto médico Padre Pio, em
Cachoeira Paulista (SP). Ele
afirmou que a notificação da
CPI lhe dará a oportunidade de
"esclarecer e sepultar" o caso.
Quarto parlamentar
Há ainda o nome de um quarto parlamentar, Pastor Pedro
Ribeiro (PMDB-CE), contra o
qual Darci Vedoin diz ter mantido entendimentos. Em seu
depoimento à Justiça Federal,
o sócio da Planam afirmou que
o parlamentar solicitou propina antecipada, mas, como não
teria sido atendido, "vendeu"
sua emenda para uma quadrilha concorrente. Biscaia afirmou que continua analisando
esse caso, mas não há elementos para investigação formal.
Ontem, a CPI também decidiu colocar em votação na semana que vem a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e bancário da ex-servidora da Câmara
Cristianne Mayrink Sampaio
Silva Neto, que supostamente
atuaria como elo da Planam
com congressistas. Dados da
CPI mostram que ela recebeu
R$ 16 mil da família Vedoin.
A comissão avalia que não há
elementos suficientes para notificar os parlamentares que teriam se relacionado com máfia
das ambulâncias por intermédio de Cristianne. Luiz Antonio
Vedoin levantou a suspeita em
entrevista à revista "Época",
mas voltou atrás.
(ADRIANO CEOLIN, RANIER BRAGON E LETÍCIA SANDER)
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