São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Enquanto isso

Record/Reprodução
Cenas do cotidiano do promotor, que "circula normalmente, levando uma vida tranqüila"

Desde domingo, as imagens ocupam os telejornais da Record, de audiência crescente e que até venceu a Globo com um final de novela. São cenas do promotor acusado de assassinato, na academia, passeando, de bermudas, óculos escuros. Ontem, com narração de Percival de Souza, veio a notícia que levou o caso às manchetes: o Ministério Público decidiu reintegrá-lo ao cargo, com os salários que haviam sido suspensos. Nas barras de informação do "SP Record" e do "Brasil Urgente", "Promotor assassino é mantido no cargo". Na locução da Band, "é justo um cara que matou um menino estar na rua e ganhando dez paus por mês?
E ainda rindo?". Depois, "justiça é duro de fazer".
A cobertura chegou ao "SPTV" depois, "a família vai recorrer ao Conselho Nacional do Ministério Público e à Organização dos Estados Americanos". Chegou a Fátima Bernardes, dizendo que ele havia sido "preso em flagrante depois de matar a tiros Diego, 20 anos".

"O PRIMEIRO"
Os esportes seguem na ponta, na atenção dos sites de busca de notícias sobre o Brasil, mas "New York Times", "Financial Times" e "Washington Post" já deram os seus textos sobre o "aliado político próximo", o "ex-assessor", "um dos mais próximos confidentes do presidente", ele, o ex-ministro José Dirceu. Alexei Barrionuevo, no "NYT", lembrou o caso do ex-presidente Fernando Collor de Mello no Supremo, quando "foi aberto que operou fundo multimilionário de lama". Também o "FT" sublinhou o "primeiro desafio sério à impunidade".

"OLD CHICO"
A prestigiosa Rádio Pública Nacional dos EUA foi parar em meio à tribo Truka, no São Francisco, para reportagem sobre o conflito entre Lula e movimentos sociais quanto à transposição do "Old Chico, que é parte do imaginário dos brasileiros". A representante da Pastoral da Terra acusou o plano "pelo que é: benefício ao grande negócio, ao cimento, agro-indústria, empreiteiras e, logo, cana para o etanol".

CRISE DA COMIDA
O "Guardian" voltou ontem à "crise da comida", ou seja, o efeito dos biocombustíveis no preço dos alimentos, desde uma plantação de milho em Nebraska, nos EUA. Citou, do outro lado, a defesa por Lula de que a cana não afeta outras plantações por aqui. E "outros dizem que a elevação de preço é temporária e cai em um ano, quando o mercado reagir".

SEDE DE ÁLCOOL
Com atenção do chinês "Diário do Povo" à Reuters, ecoou que o "Brasil começa produção em larga escala de etanol de celulose", a partir do bagaço de cana, até 2015.
Por outro lado, o "Wall Street Journal", sob o título "Etanol sem fronteiras", diz que cresceu a importação de álcool nos EUA, com o Brasil na frente, apesar da criticada tarifa, seguido da Jamaica.

FMI EM CAMPANHA
O "FT" segue na cobertura da disputa pela direção do Fundo, agora com entrevista com o primeiro-ministro de Luxemburgo. Ele diz que, "no grupo de países do euro, todos estão conscientes de que [o indicado europeu] será provavelmente o último", que ele "vai ajustar o Fundo aos interesses dos emergentes". Eles que "poderiam indicar o diretor" seguinte, quem sabe.

BRASIL ARMADO

"Le Monde" e "El País" noticiaram ontem a pesquisa Small Arms Survey, que confirmou os EUA em primeiro lugar em armas ligeiras e levou o Brasil a oitavo. Falando ao correspondente espanhol, o diretor da entidade disse que o foco este ano é o Brasil, avaliando que "a origem da violência no país é a grave situação de injustiça social". O estudo comparou o Rio a Uganda, país "onde as armas dos criminosos procedem da polícia" em sua maior parte.


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@ - Nelson de Sá


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