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Ex-presidente confirma conversas
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Juiz de Fora
O ex-presidente Itamar Franco
(PMDB) se mostrou ontem em
Juiz de Fora (MG) amplamente favorável às discussões sobre uma
candidatura de centro-esquerda
para presidente da República em
1998, mas disse que elas devem
avançar mais.
Ele citou seu período na Presidência da República (setembro de
92 a dezembro de 94) para dizer
que está afinado com esse pensamento. "Eu tenho um respeito
muito grande pelo governador Miguel Arraes (PSB-PE). Nós conversamos realmente, mas não chegamos a nenhum detalhe de deixar
(de apoiar) ou apoiar alguém. O
Arraes tem uma visão, que é a minha, que as coisas terão de avançar
um pouco mais", afirmou.
"Agora, quando se fala em governo de centro-esquerda, sempre
lembro que o meu governo foi de
centro-esquerda", disse ele.
Já filiado ao PMDB, ele terá de
buscar espaços dentro do partido
para viabilizar sua candidatura,
caso contrário teria como segunda
opção o governo de Minas Gerais.
Ao ser questionado sobre uma
eventual retirada a seu favor do
nome do senador José Sarney
(PMDB-AP), que se coloca como
pré-candidato, afirmou: "Até
gostaria que o presidente José Sarney não abrisse mão para a minha
candidatura. Se ele for à convenção do PMDB, eu não precisaria ir
à convenção".
Ele justificou a manutenção do
nome de Sarney ao afirmar que o
senador "tem boa posição perante
o eleitorado" e tem ainda mais "liberdade e ação política".
Itamar se referia ao fato de estar
ocupando ainda a Embaixada do
Brasil na OEA (Organização dos
Estados Americanos), em Washington, cargo que deverá entregar até o início de janeiro.
"Talvez seja delicadeza do presidente Sarney para comigo, mas ele
não deve tirar a candidatura. Deve
levar cada vez mais às ruas."
Já ao falar sobre a paternidade do
Plano Real, Itamar se apresenta
como um pré-candidato: "Vamos
ter oportunidade, se for o caso, de
discutir o Real. Se bem que eu acho
que o Real não vai ser o grande
mote da campanha de 98. Há um
engano profundo nisso. Agora,
quem assinou a medida provisória, fui eu", declarou o ex-presidente.
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