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Tucanos tentam afinar discurso em
defesa do texto tributário original
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO VELHO
Governadores do PSDB reunidos ontem em Porto Velho (RO)
decidiram defender que o Senado
aprove o texto original da reforma
tributária enviado à Câmara em
abril, e não o texto modificado pelos deputados.
A reunião foi uma tentativa de
afinar o discurso tucano para a
reunião de hoje com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, reduzindo as diferenças entre os Estados
-que foram explicitadas na semana passada, com a criação do
G20, grupo de governadores de
Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O G20 acredita que a modificação dos deputados beneficiou Estados "ricos" do Sul e do Sudeste.
A reunião foi esvaziada pela falta de três governadores tucanos
do G20: Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA) e Cássio Cunha
Lima (PB). Os dois primeiros alegaram compromissos pessoais.
Cunha Lima disse que voltava de
uma viagem à Europa. Compareceram Geraldo Alckmin (SP), Aécio Neves (MG), Marcelo Miranda (TO), Lúcio Alcântara (CE) e o
anfitrião, Ivo Cassol (RO).
Um dos principais pontos de
discordância é sobre as regras para o ICMS. A reforma prevê a mudança na cobrança do ICMS da
origem para o destino, com uma
regra de transição para a tributação interestadual que, com o tempo, elimina benefícios fiscais já
concedidos pelos Estados.
Na semana passada, entre os tucanos, o governador do Ceará,
Lúcio Alcântara, chegou a afirmar
que o Estado de São Paulo estava
sendo "egoísta", por considerar
que as alterações beneficiam só os
Estados do Sul e do Sudeste.
Na reunião de ontem, em tom
de consenso, os cinco governadores defenderam que, no Senado,
deve haver um retorno ao texto
original enviado pelo governo ao
Congresso. "Até admito uma proposta para não ganhar, difícil é eu
aceitar uma proposta para perder", afirmou Alcântara.
"Cada Estado tem suas peculiaridades, mas é importante que
nos lembremos de que apenas por
meio da união é que conseguiremos avanços", disse Aécio.
O tom conciliador não foi suficiente para unir os tucanos. Para
Ivo Cassol (RO), "cada Estado
tem de defender seus interesses".
Os pontos de consenso entre os
governadores são: participação
dos Estados na Cide (contribuição sobre os combustíveis), com
definição dos percentuais a serem
divididos; a criação do fundo de
desenvolvimento regional, incluindo MG, mas excluindo RJ e
ES, inclusos no projeto aprovado;
e a criação do fundo de compensação das exportações.
Os tucanos subscreveram documento em apoio à reforma da
Previdência (texto aprovado na
Câmara).
(KAMILA FERNANDES)
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