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GUERRA FEDERATIVA
Governo tentará mudar prazo para concessão de benefícios
Novos incentivos fiscais são inaceitáveis, diz Dirceu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro-chefe da Casa Civil,
José Dirceu, afirmou ontem que
alguns Estados estão fazendo uma
"corrida totalmente inaceitável"
na tentativa de se aproveitarem da
data que a proposta de reforma
tributária em tramitação no Congresso fixa para o fim de concessões de benefícios fiscais.
A data estabelecida no texto da
reforma aprovado pela Câmara
dos Deputados é o dia hoje.
Quando a reforma entrar em vigor, pelos termos atuais da proposta, ficam valendo apenas os incentivos dados até hoje.
Ocorre que alguns governadores recentemente enviaram projetos para as assembléias estaduais
por meio dos quais oferecem novos incentivos fiscais.
Para o ministro José Dirceu, essa atitude dos Estados significa
um agravamento da guerra fiscal,
contrariando o objetivo de uma
reforma tributária.
"É uma corrida. É uma coisa totalmente inaceitável", disse o ministro da Casa Civil. "Isso significa agravar a guerra fiscal que já
existia. O país não pode aceitar.
Não é problema do governo federal. É que desorganiza completamente as finanças."
Sem citar o nome de nenhum
governador, Dirceu criticou a
aprovação de novas leis de benefícios fiscais nos últimos dias.
Um dos alvos da crítica é a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), que conseguiu ontem na Assembléia Legislativa do Estado a aprovação de
um pacote de incentivos.
"Querem [os governadores]
três anos de carência, não daqueles incentivos que já deram. Querem continuar dando. Isso aí não
pode. O Congresso Nacional não
pode aceitar isso, nem o governo
federal", disse.
Quando especificou Estados,
José Dirceu afirmou: "Não pode
continuar tendo guerra fiscal.
Uma coisa [diferente] é preservar
a Bahia ou Goiás pelos incentivos
que deram", disse ele, referindo-se a benefícios antigos, e não concedidos pelos governos estaduais
recentemente por causa das mudanças previstas na proposta de
reforma tributária.
Segundo Dirceu, o governo vai
tentar derrubar o prazo de concessão dos incentivos fiscais. O
ideal, segundo ele, seria estabelecer algum dia anterior a 30 de setembro. O ministro da Casa Civil,
no entanto, evitou citar uma data
específica.
"Tem que discutir. O prazo está
no relatório que foi aprovado na
Câmara dos Deputados. Mas, se
pelo menos depender do governo
federal, o prazo vai mudar", afirmou ele.
Outro ponto que representaria
o "contencioso" da reforma tributária, segundo Dirceu, é a definição da cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), se deve ser na
origem ou no destino.
"Ou tira da reforma, ou busca
uma solução. Não pode ser um
outro fundo de compensação
porque não tem recurso."
Previdência
Dirceu afirmou que a reforma
da Previdência, aprovada na semana passada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do
Senado, pode sofrer alterações
apenas no plenário.
"Nas questões do subteto e do
controle social, pode-se avançar
no plenário. A comissão tende a
aprovar o relatório como está."
(IURI DANTAS)
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