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MÉTODO PETISTA
Ministro leva membros de sua equipe de Sobral para cargos em Brasília; Dnocs também abriga indicados
Ciro distribui Integração entre apoiadores
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
É rodeado de velhos apoiadores
do Ceará que Ciro Gomes (PPS)
comanda o Ministério da Integração Nacional e os órgãos vinculados. Há também diretores indicados pelo PT e pelo PMDB.
O caso é semelhante ao de outras áreas do governo, nas quais
houve loteamento de cargos entre
partidos políticos da base de
apoio ao governo Luiz Inácio Lula
da Silva. Ontem, a Folha mostrou
que a partidarização da máquina
pública alcançou também as instituições financeiras estatais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste
e Banco da Amazônia.
Da equipe de Ciro, alguns são
conhecidos de infância, de Sobral,
município de cerca de 150 mil habitantes, onde a família Ferreira
Gomes é tradicional.
A supremacia dos sobralenses
começa dentro do próprio ministério, onde Ciro alocou o amigo
de infância Oman Carneiro Filho
(PPS), ex-deputado estadual, como assessor especial.
Outro contemplado com esse título é Egídio Serpa, que assessora
Ciro desde o início da década de
90, quando o ministro foi governador do Ceará. Serpa tem um
programa de entrevistas na TV
estatal do Ceará, a TVC. O próprio Ciro já foi seu entrevistado
algumas vezes no programa.
A cunhada de Serpa, Luiza Serpa, também foi nomeada assessora de Ciro pelo ministério. Luiza é
uma espécie de faz-tudo: cuida
desde a agenda do ministro até as
atividades dos filhos e viagens.
Na chefia de gabinete do ministério, outro antigo aliado: Pedro
Brito, que atuou como presidente
do BEC (Banco do Estado do Ceará) enquanto Ciro foi governador
do Ceará. No final do governo,
Brito também ocupou a Secretaria da Fazenda do Estado.
Forte apoiadora de Ciro e de sua
ex-mulher, a senadora Patrícia
Sabóya Gomes (PPS), em campanhas, a ex-delegada regional do
Trabalho do Ceará Ana Lourdes
Nogueira Almeida também foi
contemplada pelo ministro com
um cargo na área de administração e finanças da Codevasf.
O ex-secretário de Indústria e
Comércio no governo Ciro, Antônio Bahlmann, ex-deputado federal, hoje no PPS, é o responsável
pelo inventário da Sudene.
Sobral no Dnocs
O grupo sobralense ligado a Ciro também marca presença no
Dnocs (Departamento Nacional
de Obras contra as Secas).
Nomeado diretor de administração do órgão, o advogado José
Tupinambá Cavalcante de Almeida é de uma família tradicional de
Sobral -ele é filho do dono do
cartório da cidade.
Outro apadrinhado de Ciro é o
diretor de desenvolvimento tecnológico e de produção, o engenheiro Leão Humberto Montezuma Santiago Filho.
Fora o PT, que mantém a chefia
do Dnocs com o ex-deputado estadual Eudoro Santana -ex-PSB,
filiado ao PT em agosto-, o único partido que conseguiu bancar
uma nomeação no órgão sem a
anuência de Ciro foi o PMDB, por
meio do deputado federal Eunício
Oliveira, que indicou César Augusto Pinheiro como diretor de
infra-estrutura hídrica.
Pinheiro foi candidato à segunda suplência de senador pelo
PMDB na última eleição.
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