São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TODA MÍDIA

Guerra on line

NELSON DE SÁ

A "guerra fria"que Kennedy Alencar apontou, dias atrás na Folha Online, ficou "quente".
Não na última edição do horário eleitoral para prefeito, que foi carregada de agradecimentos de José Serra, Marta Suplicy, até de Ciro Moura -e que contou com a ausência de Paulo Maluf, quase sem tempo.
Mas lá estava na web, ontem, o que Serra chamou, falando aos sites de notícias, de "baixaria" de Marta. Do tucano:
- Ela anunciou que haveria uma campanha sórdida. E eles estão fazendo a campanha sórdida que se imaginava.
O tucano citou um site e um outdoor "apócrifos".
Sua campanha, em nota divulgada no site eleitoral, afirmou tratar-se do "jogo mais sujo e covarde já visto em eleições em São Paulo", com o objetivo de "manchar a honra".
 
No fim da tarde, o próprio Paulo Maluf, falando aos sites de notícias e às rádios, assinou as denúncias "apócrifas", mencionando dívidas de campanha e a venda de uma casa.
E seu site eleitoral trouxe, com ilustrações e textos não muito diversos do site "apócrifo" retirado do ar horas antes, as mesmas acusações.
O site malufista com as duas denúncias foi parar na home do UOL, no início da noite, já sublinhando a expectativa de uma nova punição.
 
Marta Suplicy, de sua parte, se esforçava ontem em aparentar distância de Maluf.
Em entrevista à rádio Bandeirantes, chamou Serra de "tão nefasto quanto" Maluf.
 
Distante do horário eleitoral, a "guerra quente" é parte da escalada para o debate na Globo, hoje em horário nobre.
Ontem a emissora voltou a anunciar a presença dos cinco principais. Maluf inclusive, mas não Ciro Moura, que a campanha petista afirma ser a "boca de aluguel" de Serra.
E Maluf, no estilo costumeiro, disse à Folha Online que não fará "ataques pessoais":
- Só discutirei programas de governo.
Mas avisou que o tucano "deve explicações" e saiu espalhando que "ele quis fraudar o Imposto de Renda".

"O arrastão que chocou o Brasil"

De uma hora para outra, a Globo achou uma onda de violência no Rio.
Ontem, mostrou até cansar "o arrastão que chocou o Brasil". Ouviu uma moradora que "não quis se identificar":
- O policial não fez absolutamente nada.
Para os moradores, "a gangue assalta há dois meses". Mas "a polícia diz não acreditar que os assaltos sejam freqüentes".
Foi o que se assistiu desde o JN de anteontem até o JN de ontem, num bate-estaca de imagens e manchetes -acrescido ainda da morte de um bicheiro, do assalto a um ator de novelas.
Foi o que se acompanhou no RJTV, na rádio CBN, na Globo On Line. Algumas reportagens traziam, no final:
- O secretário de Segurança, Anthony Garotinho, licenciado para participar da campanha, não quis comentar.
 
O comandante da PM surgiu no JN apontando "estranheza, nas proximidades das eleições". A Globo respondeu com um sociólogo, para quem:
- Atribuir a responsabilidade a uma armação exime a corporação da responsabilidade.

Para as calendas
Após tantos capítulos, William Bonner leu nota, ontem no Jornal Nacional:
- Segundo o secretário do Audiovisual, não deve dar tempo para que a proposta de criação da Ancinav, a Agência Nacional do Cinema e Audiovisual, seja enviada ao Congresso ainda neste ano.
Foi depois, disse o JN, de "um pedido de representantes da sociedade civil".

VOTE PARA MUDAR

Reprodução


Na escalada para o debate de hoje (CNN e Band News), John Kerry e George W. Bush também estão em "guerra quente", com o inusitado recurso a Osama bin Laden nos comerciais de ambos. Mas a novidade nos EUA vem da estrada e da música pop. Bruce Springsteen e outros estão na capa da nova "Rolling Stone" para divulgar a turnê Vote for Change, contra Bush -que estão iniciando e acaba num show em Washington.


Texto Anterior: Mídia: Comitê prepara TV pública internacional
Próximo Texto: Retrato do país: Renda cai 7,4% no primeiro ano de Lula
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.