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Serra vai à Mooca e obedece à "agenda" da tia
Tucano, que lidera as pesquisas para o governo de São Paulo, faz caminhada no seu bairro de origem
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ontem, o tucano José Serra,
64, não lembrou o zagueiro que
foi na juventude. Deixou a botina e a crise do dossiê de lado e
se lambuzou com chocolate.
Em vez de uma ou outra entrada mais ríspida e das ordens como capitão do time, obedeceu à
tia Carmelita, 74.
A dois dias da disputa na qual
os eleitores de São Paulo escolherão o novo ocupante do Palácio dos Bandeirantes, Serra
(não o zagueiro, mas o político)
foi à Mooca, bairro onde nasceu
na zona leste da capital.
"Joguei muita bola nos campinhos, estudei e fui muito feliz
neste bairro", afirmou o tucano. A visita condensou em duas
horas uma campanha de quase
três meses.
Houve tensão. Um homem
cobrou, aos gritos, melhorias
no posto de saúde do bairro.
Não podia faltar o Palmeiras. O
tucano discutiu a situação do time do coração com o alfaiate
mais antigo do bairro, Danilo
Folco. Sobrou bronca para a
prefeitura. Serra ligou para ex-assessores e cobrou melhorias
nas calçadas do bairro, que "estão uma vergonha". Segurança
pública? O tucano disse que o
pior momento da campanha
deste ano ocorreu durante os
ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital). Também
teve propostas de governo,
mas, principalmente, chocolate
para o candidato.
"Não como fritura, mas não
resisto a chocolate", afirmou
ele, que encerrou a caminhada
na tradicional confeitaria Di
Cunto, onde comeu três profiteroles de chocolate, para alegria da tia Carmelita, orgulhosa
da saúde do sobrinho e responsável por dizer em que lojas o
tucano deveria entrar.
Casa da mãe
A última parada foi visitar a
mãe, Serafina, que está com 90
anos e ainda vive no bairro em
que o tucano obteve 49,6% dos
votos para a prefeitura paulistana em 2004. Sua então concorrente, a petista Marta Suplicy, conseguiu 21,22% dos votos da Mooca.
Percentual, aliás, muito próximo dos 51% que ele tem na
disputa deste ano -mas em todo o Estado. E provavelmente
muito maior que seus índices
de popularidade perante a torcida do time do bairro quando
ele atuava como "zagueiro pela
direita e pela esquerda" e se importava apenas com o fato de
que a "bola pode passar, mas o
adversário, não".
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