São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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Serra vai à Mooca e obedece à "agenda" da tia

Tucano, que lidera as pesquisas para o governo de São Paulo, faz caminhada no seu bairro de origem

LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem, o tucano José Serra, 64, não lembrou o zagueiro que foi na juventude. Deixou a botina e a crise do dossiê de lado e se lambuzou com chocolate. Em vez de uma ou outra entrada mais ríspida e das ordens como capitão do time, obedeceu à tia Carmelita, 74.
A dois dias da disputa na qual os eleitores de São Paulo escolherão o novo ocupante do Palácio dos Bandeirantes, Serra (não o zagueiro, mas o político) foi à Mooca, bairro onde nasceu na zona leste da capital.
"Joguei muita bola nos campinhos, estudei e fui muito feliz neste bairro", afirmou o tucano. A visita condensou em duas horas uma campanha de quase três meses.
Houve tensão. Um homem cobrou, aos gritos, melhorias no posto de saúde do bairro. Não podia faltar o Palmeiras. O tucano discutiu a situação do time do coração com o alfaiate mais antigo do bairro, Danilo Folco. Sobrou bronca para a prefeitura. Serra ligou para ex-assessores e cobrou melhorias nas calçadas do bairro, que "estão uma vergonha". Segurança pública? O tucano disse que o pior momento da campanha deste ano ocorreu durante os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital). Também teve propostas de governo, mas, principalmente, chocolate para o candidato.
"Não como fritura, mas não resisto a chocolate", afirmou ele, que encerrou a caminhada na tradicional confeitaria Di Cunto, onde comeu três profiteroles de chocolate, para alegria da tia Carmelita, orgulhosa da saúde do sobrinho e responsável por dizer em que lojas o tucano deveria entrar.

Casa da mãe
A última parada foi visitar a mãe, Serafina, que está com 90 anos e ainda vive no bairro em que o tucano obteve 49,6% dos votos para a prefeitura paulistana em 2004. Sua então concorrente, a petista Marta Suplicy, conseguiu 21,22% dos votos da Mooca.
Percentual, aliás, muito próximo dos 51% que ele tem na disputa deste ano -mas em todo o Estado. E provavelmente muito maior que seus índices de popularidade perante a torcida do time do bairro quando ele atuava como "zagueiro pela direita e pela esquerda" e se importava apenas com o fato de que a "bola pode passar, mas o adversário, não".


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