São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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MARANHÃO

Roseana pede votos para Lula em comício

ADRIANO CEOLIN
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS

A candidata pelo PFL ao governo do Maranhão, Roseana Sarney, orientou seus eleitores a votar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante seu último comício de campanha realizado quinta-feira numa praça em São Luís. Nacionalmente, o partido de Roseana é coligado na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), cujo vice é o senador pefelista José Jorge (PE).
A orientação de Roseana para o voto em Lula foi feita perto do fim do comício. "Em quem vocês vão votar para presidente?", perguntou ela. A platéia, que lotava a praça Madre Deus, no centro de São Luís, respondeu: "Em Lula!".
Não satisfeita, a candidata pefelista insistiu: "Eu não ouvi direito. Em quem vocês vão votar para presidente?". A platéia respondeu mais alto: "Lula!". Logo em seguida, Roseana fez a orientação sobre como votar na urna eletrônica.
"Se forem votar no Lula, tem de apertar o "1" e depois o "3". Vai aparecer o barbudo lá [no visor da urnas] e vocês vão confirmar", disse a candidata, provocando risos.
Ao indicar voto em Lula, Roseana reafirma ainda mais a aliança que o presidente tem com o senador José Sarney (PMDB-AP). O parlamentar foi um dos primeiros peemedebistas a anunciar apoio a Lula, em 2002.
No Maranhão, o PT está coligado na chapa do candidato Edson Vidigal (PSB), um dos adversários de Roseana na luta pelo governo do Estado. Nos programas de TV e no material de campanha, Vidigal vinculou seu nome ao de Lula , mas não conseguiu alavancar sua candidatura.
A aliança com os Sarney também atrapalhou a ida do presidente ao Maranhão durante a campanha. "Eu pedi para que ele [Lula] não viesse. Seria um constrangimento porque o Sarney provavelmente iria grudar do lado dele", afirmou Vidigal, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça e ex-aliado de Sarney.
No Maranhão, Lula tem ampla vantagem sobre Alckmin, de acordo com as últimas pesquisas eleitorais. No Estado, o candidato tucano à presidência é apoiado por Aderson Lago, deputado estadual que disputa o governo pelo PSDB.

Caso Lunus
Em março de 2002, Jorge Murad era o supersecretário e marido da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), quando a Polícia Federal invadiu uma empresa da família e apreendeu R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo. O episódio acabou com a pré-candidatura dela à Presidência da República e tirou Murad da vida pública. "Hoje em dia eu só acompanho ela. Mais nada", afirma o marido de Roseana à Folha.
Aparentemente, Murad não exerce nenhuma função na campanha de Roseana para voltar a ser governadora. Na quinta-feira, Murad estava no último comício que a candidata fez em São Luís. Em vez de permanecer ao lado dela na frente do público, o ex-braço direito preferiu ficar em pé nos fundos do palanque tomando conta dos netos Fernanda e Rafael.
"Sou empresário. Não trabalho mais com isso [política]", disse Murad. Questionado sobre as chances da vitória de Roseana no primeiro turno, comenta: "Esperamos que sim". Enquanto fala com a reportagem da Folha, Murad cumprimenta pessoas que o reconhecem no fundo do palanque. Quando assistia à fala de aliados da mulher, pergunta à babá: "Onde estão os meninos?".


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