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Tolentino nega ter privilegiado Azeredo em 98
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Rogério Lanza
Tolentino diz que todos os pagamentos da SMPB Publicidade no período em que foi juiz
eleitoral "foram por prestação
de serviços" e nega ter favorecido "sistematicamente" o então
candidato Eduardo Azeredo.
Houve "uma coincidência",
diz, ao alegar que os honorários
ficaram atrasados durante quatro anos, desde a morte do sócio
Maurício Moreira, em 1994.
"Os cheques caíram em meu
nome. Para equilibrar a CPMF,
depositei na conta da minha
mulher. Foi recebimento meu,
Rogério, por prestação de serviços, com imposto de renda declarado, que eu mostrei, em
Brasília, ao dr. Zampronha, delegado da Polícia Federal."
Tolentino diz que não se sentiu impedido de receber dinheiro de Marcos Valério e julgar
processos eleitorais em campanhas das quais o publicitário
participava. "Se o Marcos Valério operou ajudando a campanha do Eduardo Azeredo, o que
é que eu, Rogério, tenho a ver
com isso? Eu sou advogado da
empresa. Eu não via o que ele
fazia dentro da empresa", diz.
"Sempre fui advogado de
uma empresa chamada SMPB
Publicidade, que existe há anos.
Antes de o Marcos Valério chegar à SMPB, eu já era advogado
havia dez anos. Eu não sou advogado de ter o dia-a-dia dentro do escritório, dentro da empresa. Eu não sei o que o meu
cliente faz."
"Eu dava a advocacia de partido. Se tinha problemas, ele
me consultava", diz. "Eu fui
chefe do jurídico da OAS, em
Belo Horizonte. A OAS tem ligações políticas em todo lugar.
Não tenho o menor problema
em ser advogado da construtora."
Votos como juiz
Tolentino diz que existem
vários processos em que
Eduardo Azeredo teve votos favoráveis seus, "como em determinados momentos também
não teve". "É absolutamente
natural. Não saberia responder
quantos e quais, porque seria
muito difícil." "Você pode ouvir
advogados de todas as coligações. Se pesquisar todas as decisões nos dois anos, vai verificar que o juiz Rogério em determinado momento votou e em
outros momentos, não."
Tolentino nega ter sido indicado por Azeredo para o cargo.
"A indicação não pertence a políticos. Não houve nenhuma recomendação dele. O tribunal
eleitoral encaminhou seis nomes para o Tribunal de Justiça,
de advogados militantes que tinham conhecimento nessa
área", afirma. Ele lembra que
seu nome foi selecionado a partir de uma lista tríplice e que foi
nomeado por FHC.
Sobre a liminar concedida,
permitindo que o candidato a
governador usasse o tempo de
propaganda de candidatos a deputados, afirmou: "Se questionou isso no tribunal, nesse caso
específico, e que para mim era
uma novidade, eu entendi naquele momento que de repente
poderia, que o espaço era deles.
Passei a acompanhar para ver o
que estavam julgando os outros
tribunais. Concedi uma liminar
naquele exato momento. Liminar essa que foi revogada".
(FV)
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