São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Marta diz que PSDB maltrata Alckmin

Prevendo enfrentar Kassab no 2º turno, ela diz que "peessedebista de coração" está contrariado com "fritura" de tucano pelo partido

Campanha petista deve explorar antigas ligações de prefeito com Pitta e Maluf em eventual 2º turno, para pôr adversário na defensiva


Eduardo Knapp/Folha Imagem
Kassab cumprimenta eleitor durante caminhada no centro, quando foi atingido por respingos de ovos jogados contra sua comitiva

RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

A seis dias do primeiro turno das eleições, a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, iniciou ontem uma ofensiva sobre o eleitorado tucano ao dizer que o "peessedebista de coração" estaria contrariado com a, segundo ela, "fritura" da candidatura de Geraldo Alckmin pelo PSDB.
"Eles estão fritando o candidato antes da hora. Eu nem sei quem eu vou enfrentar no segundo turno, mas parece que o PSDB já tem o prato feito. Isso provavelmente pode agradar ao [governador José] Serra e ao [Gilberto] Kassab, mas certamente vai desagradar, e muito, aos peessedebistas de coração", disse Marta durante evento em São Miguel Paulista (extremo leste da cidade).
Embora afirme respeitar os dois candidatos e desautorizar declarações de seus aliados sobre quem ela espera enfrentar no segundo turno, a fala de Marta sobre o suposto "descontentamento" do eleitorado de Alckmin reflete o que, nos bastidores da campanha petista, é visto como o cenário mais provável: a ida de Gilberto Kassab (DEM) ao segundo turno.
"O que está acontecendo [no PSDB] não é digno. Eu acho que o que está acontecendo não me parece uma coisa de compostura. Se eu, que não tenho nada a ver com a história, acho isso, imagina o que estão pensando os eleitores. Surpreende-me que o PSDB frite seu candidato sem ter razão para fazê-lo", acrescentou a petista.

Ligações
Entre petistas, há quem defenda que, caso se confirme a vitória de Kassab sobre Alckmin, os primeiros programas do PT no segundo turno já abordem as antigas ligações do democrata com o ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000) e com Paulo Maluf (PP), e a atual aliança com o ex-governador Orestes Quércia (PMDB). Com isso, dizem, Kassab iniciaria o segundo turno na defensiva.
No cenário ideal para o PT, a tentativa seria repetir a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, contra Alckmin. No segundo turno, o PT explorou as privatizações tucanas, deixando o adversário na defensiva.
Ontem Marta participou de eventos de rua na zona leste. Em favela do bairro Belém, ela chegou a dançar uma mistura de funk e rap durante apresentação de crianças da comunidade. Antes, em São Miguel Paulista, pediu votos para os vereadores do PT, já que, segundo ela, ser eleita prefeita sem uma bancada de apoio é "programa de índio". A campanha de Marta deve se encerrar no sábado com uma caminhada no centro da cidade.


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