São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Drama histórico
cnn.com
Do site Market Watch à CNN, no destaque, o número final

"What's going on?", O que está acontecendo?, dizia a âncora da CNN, diante dos números da votação. O pacote havia caído, mas o processo legislativo é uma confusão. E em instantes já começava no canal e na Fox News o esforço republicano de jogar a culpa na presidente democrata da Câmara. E ouviram os dois lados, outros republicanos, John McCain inclusive, e o fato político virou um grande nada.
Nos sites e nos mesmos canais, por outro lado, os números a seguir passaram a ser outros. Wall Street caía 600 pontos, diminuiu para 500, voltou a desabar e fechou em 777. A derrota do plano foi "um momento de drama histórico", destacou o "New York Times", e levou à "pior queda num só dia, em duas décadas". Também para o "Wall Street Journal" foi uma derrota "histórica". Mas, de Rupert Murdoch como a Fox News, também o site sublinhou que "culpam Nancy Pelosi", na fantasia americana do dia.

"DROP DEAD"
O Market Watch postou duas análises. Na primeira, do chefe do site em Washington, "os republicanos da Câmara disseram aos mercados que eles terão que resolver seus problemas sozinhos". Ou seja, "Da Câmara para Wall Street: morra" (drop dead).
No outro, do editor-chefe do site que é referência global, o título era "Congresso paga para ver o blefe de Wall Street, e nós perdemos". Ou ainda, "como a rejeição de um plano de US$ 700 milhões vai nos custar US$ 1 trilhão".

"BANANA REPUBLIC"
No "NYT", o colunista Paul Krugman blogou o post "OK, somos uma República de Bananas". Ou seja, "temos um governo não-funcional".

PARA O MUNDO
No "Financial Times", uma primeira análise destacou o efeito sobre o mundo inteiro, com o índice MSCI World "registrando sua maior queda desde a criação em 1970". E agora?, perguntou-se, para responder que o governo tem que bancar o setor financeiro "e rapidamente".

INSTITUIÇÕES EM COLAPSO
economist.com
Sob o título "Um choque", o site da "Economist" reagiu com espanto e enumerou os bancos Washington Mutual, Fortis, Bradford & Bingley e Wachovia para afirmar o quanto o pacote era urgente, "dada a freqüência com que as instituições estão entrando em colapso"

CRISE, QUE CRISE?
Até as 22h de ontem, o site do estatal "China Daily" não havia ainda noticiado a queda do pacote. Desde a manhã, anunciava a votação por ocorrer.
Já o site do "WSJ" deu que a comissão de regulação bancária da China soltou comunicado "endossando" as operações chinesas de bancos ocidentais por mostrarem "fundamentos saudáveis, liqüidez adequada" etc.

DE VERMELHO A ROXO
O "NYT" noticiou a compra do Wachovia pelo Citigroup sublinhando que ela "concentra os depósitos bancários americanos nas mãos de apenas três bancos: Bank of American, JP Morgan Chase e Citigroup".
Quanto ao Brasil, o Market Watch deu que a derrubada do pacote "bateu nas ações" da Bovespa e dos outros mercados latino-americanos, que tinham a aprovação por certa. Por aqui, "ações bancárias escorregaram, lideradas por uma queda de 11% do Unibanco".
Em meio a manchetes na linha "Bolsa desaba", do UOL, até Armínio Fraga apareceu, na Veja.com, para dizer que o sinal "agora passou de vermelho a roxo".

ENQUANTO ISSO
Logo abaixo do noticiário da crise, com a derrubada do pacote e a queda nas Bolsas, outros números surgiam em portais como o UOL, ontem: "Avaliação pessoal de Lula atinge 80% em setembro, diz CNI/Ibope". No Nordeste, "chegou a 92%".

AS VÍTIMAS
Manchete do Terra, início da noite: "Lula classifica a economia dos Estados Unidos de cassino". Reclama que eles "precisam ser responsáveis, porque os países pobres, que fizeram de tudo para ter uma boa política fiscal, não podem ser as vítimas".

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@ - Nelson de Sá


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