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Mendes e Jobim fazem lobby para indicado
ADRIANO CEOLIN
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Lula contou com
um forte lobby para aprovar o
nome de José Antonio Dias
Toffoli para uma vaga no STF,
que envolveu o próprio presidente do Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes, o ministro Nelson Jobim (Defesa) e
o ex-ministro Marcio Thomaz
Bastos (Justiça).
Os três procuraram principalmente senadores da oposição -PSDB e DEM- para pedir votos a favor de Toffoli. Tiveram ainda a companhia de
advogados ligados aos dois partidos no trabalho de convencimento de última hora.
Diante da operação final, que
ainda contou com nota favorável da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) a
Toffoli, o governo avalia que o
nome do ex-advogado-geral da
União será aprovado, mas só
vai colocá-lo em votação no
plenário se o quorum tiver cerca de 70 dos 81 senadores.
O governo quer uma "margem de segurança" e evitar o
que aconteceu na votação do
ex-ministro José Múcio Monteiro para o TCU (Tribunal de
Contas da União), que mesmo
favorito teve 11 votos contra.
Hoje, às 10h, Toffoli será sabatinado na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça), na qual
o governo tem maioria. No plenário, Toffoli precisa de, pelo
menos, 41 votos.
Ex-presidente do STF e ministro da Defesa, Nelson Jobim
está na campanha de Toffoli
desde o início. A um senador do
PMDB, disse: "me diga onde
tem problema que eu ajudo".
Jobim fez telefonemas a tucanos e peemedebistas.
Segundo tucanos, o principal
apoio a Toffoli veio do atual
presidente do STF, Gilmar
Mendes, que no período FHC
ocupou o mesmo cargo que o
petista exerceu no governo Lula. "Nos encontramos pessoalmente. E ele [Gilmar Mendes]
fez um depoimento favorável a
Toffoli", contou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Ex-ministro da Justiça do governo Lula, Thomaz Bastos
também saiu em defesa do ex-advogado-geral. "Ele me ligou e
defendeu o nome de Toffoli",
disse o senador Antonio Carlos
Júnior (DEM-BA). Na quinta, o
próprio Toffoli telefonou para
ACM Júnior. "Para me dar parabéns pelo meu aniversário."
O DEM liberou a bancada para votar em Toffoli. Líder do
partido na Casa, José Agripino
(RN) afirmou que o advogado
tem amplo favoritismo. "Só vai
ter dificuldades se o quorum do
plenário for baixo", disse.
Sem passagens na magistratura, Toffoli é apresentado como "o candidato da advocacia".
Nomes ligados ao PSDB, como
os advogados Caputo Bastos e
Cláudio Fruet, defendem seu
nome. Ex-advogado de senadores do DEM, Fernando Neves
também pediu votos para ele.
Em nota, a CNBB defendeu a
indicação de Toffoli. Dizia que
ele, "católico de formação, tem
competência" para assumir a
cadeira de Menezes Direito.
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