DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cinco países africanos, a partir do próximo domingo, deve resultar em mais de 40 acordos nas áreas de agricultura, petróleo, defesa naval, saúde e educação, mas seu principal objetivo é político: a viagem faz parte da ofensiva do Brasil na busca de liderança internacional, principalmente entre países pobres.
Os países africanos representam 53 votos em organismos multilaterais, como a ONU -um dos objetivos do Brasil é ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança do órgão.
Além disso, a África do Sul é uma importante parceira do Brasil no GX, grupo de países que se rebelou contra os subsídios agrícolas dos países ricos.
Dos cinco países visitados, a Namíbia já demonstrou a intenção de apoiar o Brasil em sua aspiração na ONU. A África do Sul se manifestou a favor da Índia e, na onda da visita de Lula, pode fazer o mesmo em relação ao Brasil.
Os outros três -Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe- são integrantes da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que se declarou a favor da pretensão brasileira.
(ELIANE CANTANHÊDE)


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