DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após ser debatida no plenário do Senado, a entrevista do publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira, ao site "AOL Notícias" gerou ontem novas discussões no Congresso -dessa vez no plenário da Câmara- acerca da liberdade de imprensa e do financiamento público a empresas de comunicação.
O deputado José Carlos Aleluia (BA), líder da bancada do PFL, leu trechos das declarações do publisher ao site e afirmou temer abalos na isenção da imprensa com o auxílio financeiro a empresas jornalísticas em dificuldades, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
"Deputados, existem pessoas que falam pouco, mas que têm muita experiência. Quando uma dessas pessoas fala, todos devemos ouvir e refletir sobre o que dizem. O sr. Octavio Frias de Oliveira fala pouco, ouve muito e sabe muito", afirmou Aleluia.
Na entrevista ao "AOL Notícias", Octavio Frias de Oliveira disse acreditar, entre outras coisas, que uma mídia independente não interessa a governo nenhum, mas sim uma "mídia de joelhos".
O publisher da Folha afirmou não ver motivo para tratamento diferenciado, por parte do governo, às empresas jornalísticas em dificuldade.
Em seu discurso, Aleluia disse: "Todos queremos que nossos órgãos de imprensa sejam tratados como empresas nacionais, que precisam se recuperar, mas o governo tem que tratar com transparência, e o Congresso precisa acompanhar o tratamento que se dá à abordagem do BNDES na recuperação da mídia brasileira".
"Não podemos permitir que o governo use e abuse do BNDES para tentar submeter a mídia brasileira com recursos públicos."
Após a fala do pefelista, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) pediu a palavra para dizer que o governo não pretende usar o auxílio à mídia como moeda de troca para abafar a independência jornalística nem dar tratamento diferenciado ao setor.
Disse que Aleluia não tem "nenhum dado objetivo" dando conta de que o governo privilegiaria órgãos de imprensa ou interferiria na independência jornalística.


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