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Em um mês, devastação da floresta amazônica cai 22%
Os 587,3 km2 derrubados em setembro equivalem a 40% da área da cidade de São Paulo
A taxa do desmatamento do ano deve ser divulgada em novembro; a expectativa é que a queda registrada nos últimos três anos termine
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registraram que a floresta
amazônica perdeu em setembro uma área equivalente a
40% da cidade de São Paulo. O
ritmo de abate das árvores foi,
porém, 22% inferior ao medido
em agosto pelo mesmo sistema.
"Está caindo, mas a redução é
insuficiente, não fico contente,
não lanço rojão", observou o
ministro Carlos Minc (Meio
Ambiente), ao comentar os dados do sistema Deter, de detecção do desmatamento em tempo real do Inpe, divulgados ontem.
Os dados não se prestam a
medir com precisão a área desmatada, mas orientam a ação
dos fiscais do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis). Em agosto e setembro, o
Ibama aplicou multas no valor
de R$ 212 milhões e embargou
quase 37 mil hectares de terras.
Segundo o Inpe, mais da metade da área atacada na Amazônia em setembro (52,7%) foi
classificada no grau mais radical de desmatamento. Outros
31,1% sofreram alto grau de degradação. Ou seja, em mais de
80% do total da área desmatada
em setembro, a floresta estava
praticamente destruída.
Com os 587,3 km2 desmatados em setembro, sobe para
6.268 km2 a área de desmate registrada pelo Deter em 2008.
Isso equivale a mais de quatro
vezes a cidade de São Paulo.
O Estado de Mato Grosso liderou o ranking da devastação
em setembro. Mas é possível
que o desmatamento no Pará
tenha sido subestimado, porque 63% do Estado estava encoberto por nuvens no período,
impedindo assim a visão dos
satélites.
O desmatamento em setembro mantém uma tendência de
queda em relação ao mesmo
mês de 2006 e 2007. A média
do quadrimestre -período em
que tradicionalmente há mais
desmate- mantém a tendência
de queda nos últimos quatro
anos. Minc associa os resultados a medidas como o embargo
de terras, produção em áreas
desmatadas e bloqueio de crédito aos produtores que não regularizaram suas áreas.
A taxa do desmatamento do
ano deve ser divulgada em novembro, baseada nos registros
feitos pelo sistema Prodes entre agosto de 2007 e julho de
2008. A expectativa é que ela
interrompa a queda dos três últimos anos.
(MARTA SALOMON)
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